25/04/2019 17h30
Cerca de 12 milhões de hectares de florestas tropicais desapareceram em 2018, o equivalente a 30 campos de futebol por minuto. Só no Brasil, foram desmatados 1,3 milhões de hectares de florestas – é o país que mais perdeu árvores no ano passado.
Os dados de 2018 são do Global Forest Watch, atualizado pela Universidade de Maryland, nos Estados Unidos. O levantamento mostra o complexo retrato do desmatamento em áreas densas de florestas tropiciais – da Amazônia, na América do Sul, a África e Indonésia.
A maior preocupação apontada pelo relatório diz respeito à destruição continuada das florestas primárias, como são chamadas as áreas com as árvores mais antigas e que não são fruto de replantio.
De acordo com o relatório do Global Forest Watch, uma área de florestas primárias equivalente ao tamanho da Bélgica foi destruída em 2018.
Brasil é o país com mais desmatamento
Brasil e Indonésia foram responsáveis por 46% do desmatamento de florestas tropicais no mundo em 2018. O percentual é bem menor que o revelado pelo relatório de 2002, que mostrou que só esses dois países foram responsáveis por 71% das perdas de árvores tropiciais.
Mas o grande mérito na redução não é do Brasil, e sim da Indonésia, onde a perda de floresta primária foi 40% menor no ano passado que a taxa média entre 2002 e 2016.
O Brasil vivenciou uma queda significativa no desmatamento entre 2007 e 2015, de cerca de 70%. Mas incêndios – muitos deles provocados intencionalmente – provocaram grande aumento entre 2016 e 2017.Desmatamento em outras partes do mundo
Vários países tiveram aumento na perda de florestas primárias desde 2002, principalmente República Democrática do Congo, Colômbia, Bolívia e Peru.
No caso da Colômbia, o crescimento do desmatamento, principalmente a partir de 2016, é visto como consequência do processo de paz do governo com as Farc, guerrilha de esquerda que ocupava áreas de floresta.
O fim da luta armada nessas regiões abriu caminho para a exploração econômica da Amazônia colombiana.
Em termos proporcionais, Madagascar apresentou resultados preocupantes – perdeu 2% de suas florestas primárias em 2018, mais do que qualquer outro país tropical.
“Não é incomum que a perda de áreas de floresta seja associada à morte, porque a cada ano centenas de pessoas são assassinadas tentando impedir a atividade ilegal de madeireiros e garimpeiros”, destaca ainda Frances Seymour.