21/08/2022 14h30
Acionistas da Petrobras (PETR4.SA) elegeram seis indicados afiliados ao governo e dois indicados afiliados ao mercado para atuar no conselho da empresa, disse a petrolífera estatal nesta sexta-feira.
De modo geral, o número de cargos de diretoria ocupados pelo estado não foi alterado, e o equilíbrio de poder entre o governo e os acionistas do mercado na Petrobras não foi modificado. No entanto, a maioria dos membros do conselho afiliados ao governo, incluindo o presidente, foram trocados, disse a empresa em um comunicado descrevendo os resultados da assembléia de acionistas na sexta-feira.
Os efeitos da tão esperada mudança no conselho não foram imediatamente claros.
No passado, analistas e investidores aplaudiram as eleições do conselho por ajudar a Petrobras a superar períodos de turbulência administrativa. Mas o conselho que foi eliminado provou ser relativamente hábil em isolar a Petrobras das pressões políticas, que se mostraram severas nos meses que antecederam as eleições presidenciais de outubro no Brasil.
Perdendo nas pesquisas, o presidente brasileiro Jair Bolsonaro tem frequentemente pedido à empresa que reduza os preços dos combustíveis e criticou o que ele alega ser lucros excessivos.
Um investidor de São Paulo consultado pela Reuters, que pediu anonimato para falar francamente sobre a empresa, disse que a eleição do conselho não foi vista como um evento crucial pelo mercado.
“Todos os olhos estão voltados para a eleição (presidencial)”, disse ele.
Dos seis conselheiros filiados ao governo presentes na reunião, apenas um, o atual presidente-executivo Caio Paes de Andrade, foi reeleito.
Os acionistas não reelegeram o presidente do conselho Marcio Weber. Ele será substituído por Gileno Gurjao Barreto, presidente da Serpro, empresa estatal de tecnologia da informação, disse a Petrobras.
Dois conselheiros ligados ao mercado não foram reeleitos, nem a única cadeira ocupada por trabalhadores da Petrobras, o que significa que o conselho de 11 assentos da empresa permanece composto por seis membros afiliados ao governo, quatro membros afiliados ao mercado e um trabalhador- membro afiliado.
O governo de Bolsonaro havia indicado em maio que queria sacudir o conselho da Petrobras, embora a reunião tenha sido adiada por uma série de obstáculos burocráticos e processuais.