Manaus, 19/04/2024

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Artista manauara, autor de obra em SP que conta a história do Guaraná, revela planos para 2023 e foco na valorização indígena

Artista manauara, autor de obra em SP que conta a história do Guaraná, revela planos para 2023 e foco na valorização indígena
06/01/2023 11h00

Após concluir obra de 360 metros quadrados ‘Hamaw, o filho do Guaraná – Resistência Mawé’ em prédio localizado no Centro da capital paulista, o artista manauara, André Hullk, se prepara para um novo ano com foco total em fomentar a luta indígena em mais espaços em 2023.

O artista que também é designer gráfico, atua no Graffiti há 13 anos, mas apenas há quatro decidiu mudar para São Paulo para expandir a carreira.

Atualmente ele reside em Guarulhos. A valorização da cultura amazônida é sua marca, ele realizou trabalhos em 35 cidades pelo Brasil antes de pintar sua própria empena, que são paredes laterais de edifícios, consideradas grandes espaços para realização de obras autorais.

A primeira semana de janeiro para Hullk começa agitada, com a realização da primeira oficina do ano, dentro do festival de Hip Hop “Nas Batalha” no SESC Itaquera que acontece a partir de sábado (7) e tem a participação do artista no domingo (8), com acesso livre e gratuito ao público.

O artista também segue em trabalhos autorais com a sua equipe, além de dar continuidade em produções relacionadas à obra que conta a história do Guaraná da Amazônia, e revela que registros em audiovisual e outros produtos serão anunciados em breve nas redes sociais.

Conheça a obra que conta a história do Guaraná da Amazônia

A primeira empena de Hullk teve duração de 56 horas de trabalho e foi concluída em sete dias. O projeto é uma realização da Secretaria de Cultura de São Paulo com recursos financeiros do Museu de Arte de Rua (MAR) e tem produção de Flavia Alessandra, além da participação artística de Xozão Kaingang, Negana e Rafael Rasmonke que também representam causas indígenas e negras através da arte urbana.

O desejo de Hullk ao contar a história do jovem indígena Hamaw-Him, do qual viu passar pelo ritual da Tucandeira, em vivência de sete dias na Aldeia Inhaã-be, na zona Rural de Manaus, é conscientizar sobre a luta e causas indígenas das mais de 305 etnias existentes no Brasil. Em resposta às perguntas feitas no Instagram oficial do artista, ele conta que o maior desafio foi justamente de ter dois prédios negados para a realização da pintura, justamente pelo tabu que ainda cerca a representatividade indígena.

A mãe do jovem que inspirou a obra, a cantora e artista indígena, Yra Tikuna, fala sobre a emoção de ver o filho como símbolo de representatividade e como a obra atua contra o preconceito.

“Quando o Hullk me contou que o projeto tinha sido aprovado, eu fiquei muito surpresa e emocionada. Eu gostaria de estar lá para ver, mostrar pra ele e tirar foto, mas as pessoas estão vendo, estão reconhecendo e isso é além de uma forma de representação, é resistência! Estamos tomando os espaços que nos tiraram”, afirma.

É possível encontrar a pintura completa em frente ao ‘Minhocão’ na rua Helvetia, 1006, próximo do metrô de Santa Cecília, no Centro da cidade com a parte de cima do parque próximo como ponto com melhor vista para apreciação e fotos, segundo o próprio artista.

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