18/10/2022 14h00
As maiores instituições financeiras do mundo aumentaram seu apoio a empresas dos setores de agricultura, silvicultura e uso da terra mais responsáveis pelo desmatamento em 2021, mostrou um novo estudo nesta terça-feira.
Emitido pela Forests & Finance Coalition de ONGs, que busca melhorar a transparência, políticas, sistemas e regulamentos no setor financeiro, o relatório descobriu que o financiamento dessas empresas aumentou mais de 60% para US$ 47 bilhões entre 2020 e 2021.
A análise vem antes da próxima rodada de negociações climáticas globais em novembro, nas quais a proteção das florestas tropicais e outras biodiversidades cruciais para o clima devem ser um tema central.
Os bancos injetaram US$ 267 bilhões em empresas de commodities com risco florestal desde a assinatura do Acordo de Paris sobre o clima em 2015, segundo o estudo, enquanto os investidores detinham US$ 40 bilhões em títulos e ações em setembro deste ano.
“As instituições financeiras do mundo estão realmente aumentando seus empréstimos para as mesmas indústrias que levam a humanidade à beira do precipício”, disse Tom Picken, diretor da Campanha Florestal e Financeira da Rainforest Action Network, em um comunicado, citando políticas “perigosamente inadequadas”.
A avaliação da política de Florestas e Finanças de 200 instituições financeiras expostas a empresas que trabalham em áreas de risco de desmatamento na América Latina, Sudeste Asiático e África Ocidental e Central pontuaram 59% delas abaixo de um em 10, sinal de “uma falha abjeta” para mitigar riscos ambientais, sociais e de governança (ESG).
Na Indonésia, por exemplo, os produtores de papel e celulose do sudeste asiático continuam a expandir a produção, pressionando as florestas remanescentes do país; enquanto no Brasil, a indústria de carne bovina contribuiu para 80% do desmatamento da Amazônia desde 1985, segundo o relatório.
As políticas das empresas financeiras para fornecer crédito ou investimento a ambos os setores foram “muito fracas”, observou o estudo, e pouco fizeram para evitar a degradação ambiental, apoiar os direitos dos povos indígenas e comunidades locais ou garantir que as empresas não explorem as pessoas por meio de ações forçadas. trabalho.
“Esta última avaliação mostra como os grandes bancos e investidores institucionais estão cegos para a urgência do momento”, afirmou Picken.