Manaus, 24/04/2024

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Atleta morre após engolir abelha durante treino de ciclismo em Manaus, diz família

Waldonilton de Andrade Reis, de 43 anos, morreu após engolir uma abelha enquanto pedalava com amigos pela Ponta Negra, em Manaus. — Foto: Arquivo pessoal
Waldonilton de Andrade Reis, de 43 anos, morreu após engolir uma abelha enquanto pedalava com amigos pela Ponta Negra, em Manaus. — Foto: Arquivo pessoal
31/03/2023 10h50

O atleta Waldonilton de Andrade Reis, de 43 anos, morreu ao sofrer um choque anafilático (reação alérgica) depois que, segundo a família, ele engoliu uma abelha durante um treino de ciclismo na orla da praia da Ponta Negra, em Manaus. O fato aconteceu no dia 2 de março deste ano e a vítima teve a morte encefálica atestada na quinta-feira (23), após ficar 21 dias internada em um hospital da capital amazonense.

Segundo a família, o último relato do atleta às pessoas que tentaram ajudá-lo foi dele explicando que ingeriu o inseto durante a prática esportiva. No decorrer da internação de Waldonilton, os médicos informaram aos familiares que ele teve choque anafilático e a morte cerebral foi por consequência dele ter ficado mais de três minutos sem oxigênio no cérebro.

A irmã do atleta, Rosilene Reis, contou ao g1 que ele esperou por muito tempo por um atendimento de primeiros socorros. Ele chegou a ficar cerca de 20 minutos com dificuldade para respirar, a situação fez com que o quadro de saúde dele se agravasse ainda no local.

Os familiares pontuaram que espaço onde o ciclista costumava treinar é muito procurado para atividade de lazer e esporte de alto rendimento em Manaus, mas não há suporte médico no local.

“Não teve um socorro, não teve um posto de saúde, não tem um hospital por perto. O máximo que tinha era uma base do Corpo de Bombeiros que não tinha médico no plantão”, contou Rosilene Reis, irmã do atleta.

A irmã do atleta contou, ainda, que após o desespero das pessoas para tentar ajudar, um sargento do Corpo de Bombeiros chegou até o local onde Waldonilton estava e conseguiu reanimá-lo.

Em seguida, ele foi socorrido para a unidade de saúde mais próxima, o Serviço de Pronto Atendimento (SPA) Joventina Dias, que fica a 8,4 km do local do incidente, no bairro Compensa, Zona Oeste. De lá, o atleta foi encaminhado para o Hospital e Pronto-Socorro Delphina Aziz, na Zona Norte, onde havia uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) disponível para ele, segundo a família.

Nos primeiros dias de internação, Waldonilton precisou fazer uma bateria de exames que indicavam que ele ainda tinha vida. Até que no dia 23 de março, o atleta não apresentou mais sinais vitais.

“O médicos falaram para gente é que o cérebro consegue ficar até três minutos sem oxigenação. Se tivesse tido um atendimento adequado, um médico, um bombeiro, ou então um posto de saúde, alguém poderia ter ressuscitado o meu irmão. Mas como ele passou mais de três minutos, demorou para ser levado ao Joventina, ele não aguentou. Nenhuma pessoa aguentaria”, lamentou.

Família lamenta falta de socorro adequado

Waldonilton de Andrade Reis, tinha 43 anos. — Foto: Arquivo Pessoal
Waldonilton de Andrade Reis, tinha 43 anos. — Foto: Arquivo Pessoal

Devido a falta de profissionais de saúde no local, os familiares de Waldonilton criticaram o cenário e afirmaram que esperam que medidas sejam tomadas para que nenhum outro caso do tipo ou outro acidente venha acontecer sem que a vítima tenha um pronto atendimento na região da Ponta Negra.

“É uma área muito movimentada. Há muito tempo já tinha que ter ao menos um posto de saúde, um Serviço de Pronto Atendimento, algo assim. É uma área de lazer, tem sempre turistas caminhando por lá, crianças, animais, idosos. Muita gente faz exercícios por lá e não é só uma área de esportes. É uma área de lazer para profissionais e amadores e não tem suporte médico”, disse Rosilene.

O atleta

Waldonilton de Andrade Reis era atleta de remo. — Foto: Arquivo Pessoal
Waldonilton de Andrade Reis era atleta de remo. — Foto: Arquivo Pessoal

Adepto ao ciclismo, Waldonilton de Andrade Reis era atleta profissional de remo. Apesar de ser amazonense, ele fazia parte do Esporte Clube Remo, no Pará. Disputando campeonatos pelo clube, ele chegou a ser bicampeão Norte-Nordeste de Remo, em Brasília.

Além do remo, ele também fazia parte de um grupo de ciclismo que costumava praticar com os amigos.

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