Lauristela Rocha| Da redação

MANAUS – O dia 29 de março deste ano poderia ser um fim de semana qualquer, mas para um bebê de apenas 3 meses foi um domingo aterrorizante. O menino caiu de uma altura de quase 7 metros do viaduto perto do T3 , no bairro Cidade Nova,  a queda registrada por meio de vídeos e fotos por quem parou na Avenida das Flores para ajudar a criança chocou toda Manaus.  O bebê estava em estado gravíssimo e  foi levado para o HPS da criança na Zona Leste , o Joãozinho.

Neste dia a conselheira tutelar da Zona Norte de Manaus, Nívia Abrahão, foi acionada para acompanhar esse caso e, em entrevista exclusiva ao Portal do Generoso, ela conta como foram os momentos dentro do hospital e todo o acompanhamento feito pelo CT até o momento.

“Deus operou um grande milagre na vida dessa criança, quando cheguei ao Joãozinho o bebê já estava na sala de reanimação. Foi uma grande correria dos médicos que estavam de plantão, eles foram muito ágeis porque a criança chegou em estado gravíssimo agonizando. Eu conversei com o médico responsável pela reanimação, ele me disse que era muito grave e a criança podia vir a óbito, foram momentos de aflição para salvar uma vida” conta a conselheira tutelar.

Após a reanimação o bebê foi para a UTI e tive a permissão para ir até  lá para ver a condição da criança. Precisava de um diagnóstico mais profundo então lá mesmo fui mostrando os vídeos e  as fotos para o médico da Unidade de Tratamento Intensivo e o médico informou que a cabeça do bebê estava bem mole porque o baque foi todo nesta região, é um milagre ele viver, eu creio que Deus tem um propósito na vida dessa criança disse o médico durante nossa conversa”, relatou Nívia Abrahão.

A procura de familiares

No dia desse acidente trágico, a conselheira tutelar relatou que se empenhou ao máximo para conseguir o contato com outros familiares da criança. “Foi uma luta e contei com a ajuda de policiais para localizar alguém com algum grau de parentesco com o bebê. Tive que correr atrás porque a criança não tinha registro e nem os pais também por serem pessoas em condição de rua e dependentes químicos.”, disse.
“Graças a Deus encontramos o avô que não via a filha há muitos anos e nem sabia da existência do neto, explicamos o ocorrido e ele foi muito sensível passando a acompanhar o estado de saúde do bebê que ainda está internado no Joãozinho”, explicou Nívia Abrahão.

Pais respondem o processo em liberdade

Nesta situação dos pais serem dependentes químicos e pessoas em condição de rua, é preciso localizar algum familiar. No mesmo dia o pai e mãe – que ainda estava sob efeito de entorpecentes-  foram conduzidos até a Delegacia Especializada em Proteção a Criança e ao Adolescente (DEPCA) localizada no Aleixo, onde passaram por uma audiência de custódia e devido a pandemia do novo coronavírus respondem atualmente ao processo em liberdade. A mãe contou que no dia do acidente tinha saído para ir ao banheiro, foi quando a criança se mexeu e caiu do local onde moravam no viaduto.

Doações

Pessoas sensibilizadas com a situação do bebê doaram roupinhas, sapatinhos, material de higiene para a criança. Tudo foi recolhido pela conselheira tutelar para entregar no momento oportuno ao bebê.

“O caso repercutiu em uma proporção tão grande que várias pessoas ficaram sensibilizadas e recebermos doações de várias partes de Manaus. Quero também em nome do conselho tutelar da Zona Norte de Manaus fazer um agradecimento a essas pessoas, a equipe médica do hospital e ao serviço social. Graças a Deus pessoas de bom coração fizeram essas doações até um carrinho novo o bebê ganhou é muito bom ver esse gesto solidário”, ressaltou Nívea Abrahão.

Ao Portal do Generoso a conselheira diz que tem acompanhado de perto esta situação e todos no hospital estão surpresos com a evolução do estado de saúde do bebê que já saiu da UTI e está fora de risco. “É um milagre!”, finalizou .