09/08/2022 17h00
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, assinou nesta terça-feira documentos endossando a adesão da Finlândia e da Suécia à Otan, a expansão mais significativa da aliança militar desde a década de 1990, em resposta à invasão da Ucrânia pela Rússia.
Biden assinou o “instrumento de ratificação” dos EUA dando as boas-vindas aos dois países, o passo final para seu endosso pelos Estados Unidos.
“Foi e é um momento divisor de águas em que acredito na aliança e para maior segurança e estabilidade não apenas da Europa e dos Estados Unidos, mas do mundo”, disse ele sobre sua entrada na aliança pós-Segunda Guerra Mundial.
O Senado dos Estados Unidos apoiou a expansão por um esmagador 95-1 na semana passada, uma rara demonstração de unidade bipartidária em uma Washington amargamente dividida. Ambos os senadores democratas e republicanos aprovaram fortemente a adesão dos dois países nórdicos, descrevendo-os como importantes aliados cujos militares modernos já trabalhavam em estreita colaboração com a OTAN.
A votação foi um forte contraste com alguma retórica em Washington durante o governo do ex-presidente republicano Donald Trump, que buscou uma política externa “America First” e criticou os aliados da Otan que não conseguiram atingir as metas de gastos com defesa.
A Suécia e a Finlândia solicitaram a adesão à OTAN em resposta à invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro. Moscou advertiu repetidamente os dois países contra a adesão à aliança.
Putin está conseguindo “exatamente o que não queria”, com a entrada dos dois países na aliança, disse Biden.
Os 30 aliados da Otan assinaram o protocolo de adesão da Suécia e da Finlândia no mês passado, permitindo que eles se unam à aliança com armas nucleares assim que todos os estados membros ratificarem a decisão.
A adesão deve ser ratificada pelos parlamentos de todos os 30 membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte antes que a Finlândia e a Suécia possam ser protegidas pelo Artigo Quinto, a cláusula de defesa que afirma que um ataque a um aliado é um ataque a todos.
A ratificação pode levar até um ano, embora a adesão já tenha sido aprovada por alguns países, incluindo Canadá, Alemanha e Itália.