Manaus, 31/05/2023

Mundo

BRASILEIRO CARLOS GHOSN, O EXECUTIVO PRESO DA NISSAN, DEIXOU DE DECLARAR MAIS DE R$ 167 MILHÕES

BRASILEIRO CARLOS GHOSN, O EXECUTIVO PRESO DA NISSAN, DEIXOU DE  DECLARAR MAIS  DE R$ 167 MILHÕES
19/11/2018 16h00

G1 – Carlos Ghosn, o presidente do conselho da Nissan preso nesta segunda-feira (19), é acusado de sonegação e fraude fiscal. Mas o que e quanto exatamente Ghosn teria escondido das autoridades japonesas?

  • De acordo com as agências de notícias japonesas Kyodo e Jiji, Ghosn não declarou mais de 5 bilhões de ienes de seu pagamento como presidente na montadora. Esse valor equivale a R$ 167,4 milhões.
  • As fraudes fiscais ocorreram durante um período de 5 anos, entre 2010 e 2015, de acordo com a agência Kyodo.
  • Nesse período, segundo a agência Jiji, o executivo recebeu quase 10 bilhões de ienes (R$ 334 milhões).
  • O salário anual de Ghosn, de acordo com relatórios financeiros da Nissan, foi de 1,1 bilhão de ienes entre 2016 e 2017, um valor equivalente a R$ 36,8 milhões.
  • Segundo a nota divulgada pela Nissan, baseada em denúncias, a montadora já estava conduzindo uma auditoria interna e investigando há meses os problemas de conduta envolvendo Ghosn e outro diretor da empresa, Greg Kelly.
  • A montadora também afirmou que Ghosn teria usado ativos da empresa para fins pessoais.
  • Autoridades afirmam que Ghosn pode ter violado o Ato de Instrumentos Financeiros e Trocas do Japão.
  • Ele pode ter que pagar 10 milhões de ienes (R$ 334 mil) em multa e cumprir até 10 anos de prisão, se for julgado culpado.

“Tanto Ghosn quanto Kelly estavam divulgando ganhos na bolsa de Tóquio muito menores do que os valores reais, e isso era feito para reduzir o montante que Ghosn deveria declarar como compensação”, escreveu a Nissan em nota.

No ano passado, a compensação do executivo foi de 735 milhões de ienes, o que dá R$ 24,6 milhões. Em 2017 ele também recebeu uma compensação de 227 milhões de ienes da Mitsubishi (R$ 7,75 milhões), além de um salário de 7,4 milhões de euros na Renault (R$ 31,9 milhões).

Em uma entrevista ao jornal britânico “Financial Times” ele defendeu o alto nível de pagamento que recebia. “O pagamento recebe mais escrutínio hoje do que no passado. Eu passo muito por isso… E há muitas questões sobre o que você está fazendo pela sociedade”, disse. “Mas isso não quer dizer menos demanda por performance. Executivos ainda precisam entregar a cartilha — crescimento, lucro, fluxo de caixa”.

O executivo ficou conhecido por ser um raro nome ocidental a liderar uma empresa japonesa e também por um voraz corte de gastos enquanto chefiava a Nissan. Suas medidas ajudaram a empresa a superar uma crise e se tornar uma das maiores e mais sólidas montadores de carros do mundo, disputando a primeira posição com a alemã Volkswagen.

COMENTÁRIOS

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie. Leia as perguntas mais frequentes para saber o que é impróprio ou ilegal.