Somente após três anos do crime, a polícia civil do Amazonas iniciou o processo administrativo disciplinar contra o PM, porém o processo judicial está parado na Central de Inquéritos por má vontade da direção.
O descontrole emocional é algo tão sério que pode destruir a carreira de um policial militar e traumatizar para sempre uma família é o caso do cabo da PM André Felipe ao dar dez tiros no apartamento do vizinho, Eduardo Michilles, atingindo o quarto do filho dele na época um bebê, dentro de um condomínio localizado no bairro da Paz, na zona Centro-Oeste, crime este ocorrido 2020.
O cabo responde a um processo administrativo instaurado tanto pela polícia militar, quanto a polícia civil. No dia do crime de homicídio tentado o policial teve a arma apreendida e periciada. Na época, ele foi ouvido na sede da Corregedoria Geral de Segurança Pública junto com outras testemunhas e o apartamento alvo dos disparos passou por perícia, mas segundo o advogado da vítima Vilson Benayon, a falta de vontade da secretaria da Central de Inquéritos Policiais impede o andamento do processo judicial que começou tarde, ou seja, somente após três anos do ocorrido.
“A secretaria se abstém de fazer o ofício da Polícia Civil solicitado para anexar nos autos do processo as provas enviadas fotos, vídeos … contra o policial para juntar ao inquérito e hoje estou pedindo para instaurar processo administrativo contra a diretora da Central de Inquéritos Policiais para apurar esse desleixo de dois meses do processo parado a espera de um ofício da polícia civil”, disse Vilson Benayon.
Na última sexta-feira (16), foi protocolado por Vilson Benayon o pedido disciplinar contra a diretora da vara por ela retardar o processo que está parado há 60 dias e, nesta segunda-feira (19), a advogada que também está no caso foi a Corregedoria da Polícia para questionar a demora no andamento do processo.
Quarto de bebê crivado de balas
Através de filmagens o policial foi flagrado dentro do estacionamento do condomínio fazendo graves ameaças de morte ao vizinho que havia denunciado a administração do condomínio uma festa de aniversário ocorrida na madrugada de domingo, indo contra as normas do próprio condomínio que estabelece horário limite para eventos até meia noite.
Inconformado com a denúncia, além de ameaçar de morte o vizinho, André Felipe deu vários disparos no quarto do filho do casal, um bebê de 2 anos, que não morreu porque dormia em outro quarto o dos pais.
A sombra do medo
Na época com medo do policial, a família teve que mudar de endereço e atualmente a família mora escondida com receio de retaliações por parte do PM, até hoje a criança traumatizada passa por tratamento com psicólogo.
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