Grupos de caminhoneiros bolsonaristas começaram a fechar rodovias em ao menos 13 estados contra a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre Jair Bolsonaro (PL) para a Presidência da República. Os bloqueios se iniciaram horas após o anúncio da vitória do petista, que foi oficializada às 19h57 deste domingo (30).
Até por volta de 11h35 desta segunda-feira (31), havia 64 protestos nos seguintes estados: Bahia, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraná, Rio de Janeiro, Rondônia, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins.
Nesta manhã, a maior parte dos bloqueios era total, sem que qualquer veículo fosse liberado para passar nas vias tomadas pelos caminhoneiros. No entanto, houve locais onde veículos como ambulância ou carros de passeio eram autorizados pelos caminhoneiros a seguir viagem.
Também houve registros de motoristas de carros sendo hostilizado, com vidros sendo quebrados, como o caso em Barra Mansa (RJ). Até a última atualização desta reportagem, não havia detalhes sobre o que motivou o começo das agressões ou se a polícia chegou a intervir em algum dos casos.
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) tem afirmado estar negociando com os caminhoneiros, mas não tem adotado medidas para desbloquear as rodovias. De acordo com a corporação, ao todo são 70 pontos de bloqueio. A PRF, no entanto, não informou onde cada trecho fica. De acordo com a PRF, o Distrito Federal também teve bloqueios, mas o g1 apurou que eles se concentram em cidades goianas do Entorno do DF.
A Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais divulgou nota na qual parabeniza Lula pela vitória.
Em Barra Mansa, no interior do Rio de Janeiro, a Via Dutra, que liga a capital fluminense à capital paulista, foi fechada nos dois sentidos por caminhoneiros no início da madrugada desta segunda-feira (31).
Até a última atualização desta reportagem, a rodovia seguia totalmente bloqueada nos dois sentidos. A Polícia Rodoviária Federal não informou se algum tipo de veículo, como ambulância ou caminhão de alimentos, estava tendo a passagem liberada.
No início da manhã, as interdições ocorriam nos seguintes pontos: no km 101 da BR-060 (bloqueio total), em Anápolis; km 703 da BR-153, em Itumbiara (interdição parcial); km 19 da BR-040, em Luziânia; km 94 da BR-040, em Cristalina; km 196 da BR-364, em Jataí.
Às 8h30, havia bloqueio na BR-163 na região de Santarém.
Às 7h30, havia bloqueio da PR-317 em Maringá.
Às 7h30, havia 2 bloqueios na ERS-122, 2 bloqueios na BR-285, 2 bloqueios na BR-116, um bloqueio na ERS-463 e um bloqueio nas BR 470, 158 e 153.
Às 7h40, havia 9 pontos de bloqueio na BR-101. 3 na BR-280, 3 na BR-470 e um ponto nas BR 116, 153 e 282;
Às 8h30, havia um ponto de bloqueio na BR-153 em São José do Rio Preto
Na Bahia, o bloqueio ocorreu na BR-020, na altura de Luís Eduardo Magalhães. Os manifestantes bloquearam a rodovia e colocaram fogo em pneus.
Ao menos seis trechos da BR-364 e um da BR-421 foram bloqueados em Rondônia por apoiadores de Bolsonaro. As primeiras manifestações começaram na noite do domingo, logo após os resultados do segundo turno das eleições, e se espalharam por pelo menos cinco cidades na manhã desta segunda-feira (31).
Cerca de 13 rodovias federais e estaduais do Rio Grande do Sul foram bloqueadas em protestos que começaram ainda na noite de domingo.
Ao menos 21 trechos de rodovias em Santa Catarina tinham registro de bloqueios na manhã desta segunda. Vários manifestantes usavam camisetas do Brasil e bandeiras do país. Houve trechos com queima de pneus e também com areia jogada na rodovia. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), não há liderança para negociar a liberação dos trechos.
Confira a íntegra da nota da PRF sobre os bloqueios:
“A Polícia Rodoviária Federal (PRF), instituição permanente de Estado, sempre trabalhou com o compromisso constitucional de garantir a mobilidade eficiente, a preservação da ordem pública, a segurança viária, e o combate ao crime nas rodovias federais brasileiras.
É importante destacar que a PRF já acionou a AGU em todos os estados onde foram identificados pontos de bloqueio, para obter interdito proibitório na Justiça Federal, objetivando, liminarmente, a expedição de mandado judicial como forma de garantir pacificamente a manutenção da fluidez nas rodovias federais brasileiras
Desde ontem, quando surgiram as primeiras manifestações, a PRF adotou todas providências para o retorno da normalidade do fluxo, direcionando equipes para os locais e iniciando o processo de negociação para liberação das rodovias priorizando o diálogo, para garantir, além do trânsito livre e seguro, o direito de manifestação dos cidadãos, como aconteceu em outros protestos.
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