Manaus, 18/05/2024

Brasil

CELEBRIDADES SÃO A FAVOR DO ADIAMENTO DO ENEM

Reprodução/Internet
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19/05/2020 10h58

A atriz Mariana Ruy Barbosa, a vencedora do BBB20 Thelma, e diversos outros artistas se manifestaram, nos últimos dias, a favor do adiamento do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em função da pandemia do novo coronavírus, mas por quê?

Primeiro, vamos ver o que eles dizem.

“A discussão em torno do Enem só evidencia que aquela máxima “se esforça, você consegue” é uma ilusão. Que tristeza ver tanta gente tão distante do mínimo necessário para ter saúde, do mínimo necessário para estudar”, afirmou Marina Ruy Barbosa, destacando que busca usar de sua fama para dar voz às pessoas que estão com dificuldades para estudar, mesmo que essa não seja uma realidade dela.

Thelma, também disse que é a favor do adiamento. “Em períodos de quarentena é uma coisa assim né… meio óbvia. Em períodos de quarentena, as pessoas não estão tendo contato com o estudo da forma como deveria ser feita, não é isso? (…) Então nada mais justo do que adiar… tudo está sendo adiado”, disse a médica.

A apresentadora Maisa Silva, prestes a completar 18 anos, também se posicionou sobre o adiamento do Enem, em uma live com a apresentadora Eliana, neste domingo, 17. As duas são a favor.

“Vem uma pandemia, muito luto acontecendo, pessoas perdendo entes queridos, jovens que o tempo que era para se dedicar ao Enem, estão tendo que trabalhar, porque os pais perderam o emprego. Vem ansiedade, a preocupação. E a pessoa que não tem acesso à internet […] Então assim, tem que adiar, para ser mais igual, mais justo, quem que está com cabeça para isso agora?”, comentou Maisa.

A atriz Fernanda Paes Leme participou de um mutirão pelo adiamento do Enem, no Twitter e pediu para seus seguidores assinarem a petição criada pelo União Nacional dos Estudantes sobre o tema. Apesar da pressão das entidades representativas dos estudantes e da sociedade civil pelo adiamento do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) por causa da pandemia do novo coronavírus, o ministro da Educação do governo Jair Bolsonaro (sem partido), Abraham Weintraub, decidiu manter as datas da prova.

Ele desconsidera que, se normalmente as desigualdades sociais no Brasil colocam os mais pobres em desvantagem na disputa por uma vaga numa universidade federal, com o atual momento, essa questão toma proporções ainda maiores.

O problema é que como boa parte das instituições do país interromperam suas atividades no primeiro semestre letivo, para ajudar a conter o avanço do coronavírus, a realidade mostrou, agora, passados 2 meses, que apenas algumas escolas conseguiram aderir à modalidade do ensino à distância (EAD). Isso sem falar naquelas que, mesmo oferecendo o EAD, contam com estudantes que não têm condições de acessar o conteúdo.

Os dados são gritantes. Mais de 2,3 milhões de estudantes que prestariam o Enem não têm computador em casa. Isso representa quase a metade dos inscritos, segundo pesquisa, realizada pela Casa Fluminense – organização que estuda a vida urbana nas periferias.

Sem computador, a alternativa é estudar pelo celular, mas o quão viável é um estudante passar meses assistindo a horas de aula pela telinha do celular? E mais, qual a condição em que isso acontece? A concentração é prejudicada com as diversas notificações, ligações e mensagens recebidas. Assistir a aulas pelo celular, não pode, nunca, ser considerado como forma substituta plena para aulas presenciais.

O problema vai ainda mais fundo quando falamos de internet. Se 2,3 milhões não têm acesso ao computador, daqueles que vão prestar o Enem, olhando para o universo geral de estudantes percebemos uma situação mais grave. Um levantamento realizado pelo jornal O Globo aponta que 6,6 milhões de alunos não tem acesso à internet no país e a sua maioria está na rede pública.

Saiba mais motivos para ser a favor do adiamento do Enem, clicando aqui.

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