Manaus, 28/03/2024

Amazonas

Cidades no AM começam a ficar desabastecidas após desabamento de ponte na BR-319

Equipes de resgate atuam no local de desabamento de ponte na BR-319 — Foto: William Duarte / Rede Amazônica
Equipes de resgate atuam no local de desabamento de ponte na BR-319 — Foto: William Duarte / Rede Amazônica
07/10/2022 14h50

Mais de uma semana após o desabamento da ponte sobre o Rio Curuçá, no Amazonas, cidades do estado começam a passar por desabastecimento. A estrutura, que fazia parte da BR-319, era o único acesso terrestre do Amazonas com o restante do país, e as entregas de alimentos, gasolina e insumos estão têm levado mais tempo desde o acidente. O governo havia informado que uma ponte de metal seria instalada de forma emergencial, mas isso ainda não foi feito.

O acidente aconteceu no dia 28 de setembro, e deixou quatro mortos, 14 feridos e, pelo menos, um desaparecido.

Após o desabamento, moradores e caminhoneiros enfrentam dificuldades para chegar aos municípios afetados e há relatos de escassez de trigo, gás de cozinha e gasolina.

Além de ligar Manaus ao Estado Rondônia, o trecho da BR-319 é caminho de cidades como Careiro Castanho, Manaquiri, Lábrea e Autazes, todas no Amazonas.

Em Manaquiri, caminhoneiros relatam dificuldades para levar trigo para abastecer as padarias do município. “Está sendo muito difícil. Desde anteontem [quarta-feira, 5] que ninguém dorme. Estamos em um estado de calamidade para transportar a mercadoria”, disse o caminhoneiro Pedro Campos, em entrevista à Rede Amazônica

Vazante agrava problema

A vazante (seca) dos rios do Amazonas agrava o problema, pois prejudica a navegação em alguns trechos e apresenta riscos de colisões que podem provocar naufrágios.

A Boca Paraná do Careiro, uma das alternativas que dá acesso à cidade de Careiro Castanho por meio fluvial, por exemplo, secou. Agora, o tráfego das embarcações que abasteciam o município está suspenso. Um dos reflexos é que os depósitos de gás já estão quase vazios.

Na quinta-feira (6), a Prefeitura de Manaquiri informou que um barco tombou depois de bater em um banco de areia, na região do Paraná do Manaquiri. A embarcação estaria com excesso de peso por estar carregando suprimentos para abastecer a cidade de Careiro Castanho. Os bancos de areia se formam ao longos dos rios em períodos de vazante, deixando extensões de terra à mostra, o que restringe a navegação.

Novo trajeto

A ponte que desabou fica a 15 km da margem do rio Amazonas. Antes do desabamento, para chegar a este ponto, era necessário pegar uma balsa na outra margem do rio, na área do bairro Distrito Industrial, em Manaus. A travessia dura cerca de 45 minutos.

Agora, os passageiros que seguem viagem pela BR-319, precisam atravessar o rio em pequenas embarcações e depois embarcam em um veículo para chegar ao ponto onde encontram a balsa para seguir.

Antes para chegar no municipio de Autazes, a viagem durava cerca de 3 horas. Agora, chega a mais de 10 horas, por causa do novo trajeto.

Ponte e Deck de madeira serão construídos

Segundo o Governo do Estado, o Dnit, assumiu o compromisso de construir uma ponte e decks de madeira para proporcionar mais segurança aos passageiros que necessitam fazer traslado na área interditada pelo acidente.

A medida é uma decisão do Comitê de Resposta Rápida, após a identificação de fissuras na atual área utilizada pelos pedestres, sob risco de desmoronamento. A recomendação é que as pessoas evitem fazer a travessia na área.

A expectativa é que, após a construção, o translado de passageiros seja deslocado para um terreno mais seguro, explicou o coordenador técnico administrativo da Defesa Civil, tenente-coronel Adson Ferreira.

“Existe uma área no lado do Careiro Castanho, pela qual nós estamos acessando, que apresenta uma fissura, então nós estamos nos preparando, nos precavendo, para que não fiquemos sob risco de desmoronamento. Nós vamos iniciar a construção de uma ponte de madeira com apoio do DNIT, estamos conseguindo o material através de apreensões junto à Polícia Federal, para que as pessoas que transitem de um lado para outro fazendo uso dessa ponte de madeira, com mais segurança”, ressaltou.

Desde a quinta-feira (29), a Defesa Civil do Amazonas enviou cinco lanchas para auxiliar no translado de passageiros. A força-tarefa funciona das 5h às 19h, de forma gratuita, garantindo o direito de ir e vir da população.

Enquanto isso, o Dnit e Exército deram início aos trabalhos de infraestrutura nas cabeceiras da ponte. Neste momento, as equipes realizam trabalhos topográfico e adaptação da área de acampamento para entrada do maquinário.

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