Manaus, 23/04/2024

Educação

Com método inovador, Programa ‘DNA do Brasil’ atua em escolas públicas do Amazonas para revelar talentos e projetar para a vida

Com método inovador, Programa ‘DNA do Brasil’ atua em escolas públicas do Amazonas para revelar talentos e projetar para a vida
16/03/2023 15h30

Detectar os potenciais de crianças e jovens nas escolas públicas de vários estados brasileiros, incluindo o Amazonas, com método científico exclusivo e inovador que abrange avaliação física, psicológica e vocacional. Assim atua o Programa DNA do Brasil, que integra a rede de ações do Instituto para o Desenvolvimento da Criança e do Adolescente pela Cultura, Esporte e Educação (Idecace) e realizou esta semana, em Manaus, três dias de treinamento com especialistas em detecção de talentos locais. Em nível nacional, o programa já descobriu talentos esportivos que resultaram em campeões pan-americanos e até sul-americanos.

“Muito mais do que detectar talentos, estamos, sobretudo, empenhados em desenvolver o ser humano. Porque entendemos que o esporte é um meio de transformação social”, afirma o presidente nacional do Idecace, Wilson Cardoso. Mesmo aqueles que não apresentam aptidão para modalidades esportivas já saem do programa com um projeto de carreira e de vida, já que o protocolo também busca revelar as vocações dos estudantes para outras áreas específicas do conhecimento e até mesmo para o empreendedorismo.

O DNA do Brasil está sendo desenvolvido no Amazonas desde o segundo semestre do ano passado em escolas estaduais de 19 municípios do interior e em Manaus, com 14 escolas de tempo integral, em parceria com a Secretaria de Estado da Educação (Seduc). Ao todo, são atendidos 14.743 adolescentes de 14 a 17 anos, ainda em processo de análise das primeiras avaliações, com ações sendo retomadas este ano para indicar as modalidades específicas a serem trabalhadas. “Este ano, talentos de todas as crianças serão revelados, já que toda criança tem o seu talento”, ressaltou Wilson Cardoso.

Método científico exclusivo

Utilizando uma metodologia única, com bases científicas publicadas, a tecnologia do programa utiliza sistema próprio alimentado via tablets para avaliar meninos e meninas em dez estações, como flexibilidade, agilidade, velocidade, IMC (Índice de Massa Corpórea), envergadura, teste de resistência e salto de extensão, entre outras habilidades. Com esses dados em mãos, é possível identificar a modalidade individual de aptidão de cada aluno.

“Ninguém tem uma metodologia que fala com todo o sistema”, garante o presidente do Idecace. Os pais têm acesso a um aplicativo para acompanharem o desenvolvimento dos filhos; e os professores têm seus apps para fornecer as modalidades aos pequenos, bem como o seu índice de desenvolvimento e a vocação para a carreira. “E assim, nos diferenciamos dentro da escola”, destaca.

Isso porque a metodologia que abrange a área vocacional pode detectar, por exemplo, um adolescente habilitado ao esporte e a uma área específica do mercado. “Começa, então, um processo de desenvolvimento, com a colaboração dos professores das escolas, em conjunto com os pais, junto ao suporte do Instituto. Criamos uma cadeia que credencia as empresas a colocarem esses jovens no mercado de trabalho. Isso fez com que, em 2020, ganhássemos prêmio como melhor empresa público-privada para colocar o jovem do mercado”, lembrou Cardoso.

Pelo argumento do esporte e com a ajuda dessa tecnologia inovadora, a entidade consegue ainda fazer uma ampla avaliação da saúde desse aluno, além de uma avaliação psicossocial, detectando seu grau de autoestima. “Não adianta ter uma criança ou adolescente bom para o atletismo se está com baixa autoestima. Por isso, ajudamos a melhorar no esporte, mas também na vida”, completa.

Treinando reveladores de talentos

Esta semana, o Idecace realizou treinamento de três com cerca de 30 especialistas em detecção de talentos, que são os profissionais de educação física contratados para atuar no Amazonas pelo Programa DNA Brasil. Com aulas e atividades teóricas e práticas, utilizando as pistas da Vila Olímpica de Manaus e alguns adolescentes nas simulações, eles se requalificaram para o retorno das ações nas escolas em 2023.

Para o coordenador pedagógico e especialistas em detecção de talentos, Anderson Martins, os treinamentos aprimoraram a metodologia que já vinham aplicando com os alunos. “Já é possível perceber os alunos com mais talentos em determinadas modalidades e áreas. O esporte é um grande incentivo a esses meninos e meninas”.

Além dos profissionais de educação física, também atuam no programa monitores, psicólogos, assistentes sociais e nutricionistas, com a colaboração dos educadores físicos das escolas.

O DNA do Brasil surgiu da necessidade de reconhecimento de política de formação de base esportiva inclusiva para o país, impulsionado pelas Olimpíadas Rio 2016. Nos últimos anos, foram mais de 250 mil crianças e adolescentes atendidos pelo Programa em vários estados brasileiros. “Quando esses meninos conhecem os seus potenciais, começam a despontar como ser humano”, finalizou Wilson Cardoso.

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