A pandemia provocada pela Covid-19 tem levado milhares de brasileiros que já estavam em tratamento nos leitos clínicos a adiarem seus processos Estimativas das Sociedades Brasileiras de Patologia e de Cirurgia Oncológica revelam que, desde o início do isolamento social, cerca de 50 mil brasileiros deixaram de ser diagnosticados com câncer.
Apenas no mês de abril, aproximadamente 70% das cirurgias desse grupo de pacientes foram adiadas.
Ramon Andrade de Mello, médico oncologista, professor da disciplina de oncologia clínica da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e da Escola de Medicina da Universidade do Algarve (Portugal), alerta que os riscos do adiamento do diagnóstico e tratamento da doença são maiores do que os do novo coronavírus.
“Enquanto a Covid-19 tem índice de letalidade em torno de 6% a 10% nas pessoas acima de 60 anos de idade, o câncer de pulmão, por exemplo, pode alcançar 99% dos pacientes em qualquer idade nos casos sem diagnóstico e tratamento corretos”, diz o médico
No mesmo período do ano passado, foram 22.680 exames. O Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) registrou queda de 30% no número de pacientes novos que procuram a instituição.
“O câncer deve ser considerado emergência médica. Os adiamentos de diagnóstico e tratamento durante a pandemia podem provocar a elevação do número de pessoas com doenças metastáticas nos próximos meses”, aponta o professor da Unifesp. Ele lembra que os pacientes devem manter o isolamento social, mas precisam comparecer às consultas.
O especialista ressalta ainda que qualquer adiamento deve ser conversado com o médico, que pode avaliar eventuais prejuízos. “Em muitos casos, o paciente não poderá adiar uma cirurgia ou iniciar quimioterapia. Uma espera de três meses, por exemplo, reduz significativamente as chances de cura”, explica o médico.
Com informações da assessoria
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