Manaus, 19/04/2024

Política

CPI da Covid convoca Queiroga e ex-ministros da Saúde a depor

CPI da Covid convoca Queiroga e ex-ministros da Saúde a depor
29/04/2021 13h10

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid no Senado aprovou nesta quinta-feira (29) os requerimentos para convocação dos ex-ministros da Saúde do governo Jair Bolsonaro e do atual chefe da pasta, Marcelo Queiroga, que devem ser ouvidos pelo colegiado na semana que vem. O presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres, também foi convocado para prestar depoimento.

A base do governo conseguiu adiar a convocação do ex-secretário de Comunicação Fábio Wajngarten. Esse pedido deve ser votado na próxima terça-feira (4), para que ele seja ouvido na segunda semana de maio. Os requerimentos foram aprovados para que essas autoridades sejam ouvidas como testemunhas. Ninguém ainda é formalmente investigado pela CPI da Covid.

Os ex-ministros Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich devem ser ouvidos na próxima terça-feira (4). Na quarta (5), a CPI vai coletar o depoimento de Eduardo Pazuello, que ficou mais tempo à frente da pasta durante a pandemia de Covid-19.

Na quinta-feira (6), os senadores querem ouvir o depoimento do atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e do presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres. As autoridades podem recusar a convocação ou até mesmo ficar caladas durante a audiência.

PEDIDOS DE INFORMAÇÕES
A CPI aprovou ainda uma série de pedidos de informações propostos pelo relator, Renan Calheiros (MDB-AL). O Ministério da Saúde terá cinco dias úteis para enviar dados sobre enfrentamento da pandemia, aquisição de vacinas, medidas de isolamento social e distribuição de medicamentos sem eficácia comprovada, além do repasse de verbas a estados e municípios.

Autoridades do Amazonas também serão intimadas para o envio de informações sobre o colapso no sistema de saúde de Manaus. Além disso, os senadores vão pedir documentos da CPMI das Fake News do Congresso.

O foco dos primeiros requerimentos foi criticado pelos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro. Os parlamentares pediram que todos os pedidos fossem aprovados ao mesmo tempo, inclusive aqueles de interesse direto do Executivo federal.

– Não podemos aprovar requerimentos para tirar o foco da investigação – afirmou Renan.

O debate ficou acalorado quando o senador Marcos Rogério (DEM-RO), aliado de Bolsonaro, disse que o foco da comissão não poderia ser apenas a vontade de Renan.

– O foco da CPI não pode ser aquele dado pelo relator – retrucou Marcos.

O comentário provocou reação da oposição.

– Também não pode ser o que veio do Palácio do Planalto – disse Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

Após o bate-boca, a sessão foi suspensa por meia hora. Um dos autores dos requerimentos que tiveram a digital do Planalto, Ciro Nogueira (PP-PI), afirmou que os pedidos são de autoria formal dos senadores e precisam ser analisados.

– Vamos votar os que foram assinados por senadores. O senhor não vai impedir. Vote contrário – disse Ciro a Renan Calheiros.

O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), afirmou que todos os requerimentos de informações serão analisados, mas que, neste momento, é preciso focar naquilo que será necessário para levantar dados durante os depoimentos na próxima semana.

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