07/08/2020 12h40
Como as 2.750 toneladas de nitrato de amônio que segundo o governo libanês podem ter causado a explosão no Líbano nesta semana chegaram a Beirute?
Esta é a pergunta que muitos vêm fazendo desde que o presidente do Líbano, Michel Aoun, disse que o nitrato de amônio armazenado no porto da capital há seis anos é o responsável pela explosão que deixou ao menos 137 mortos e mais de 5 mil feridos.
Todos os olhares se voltaram para um evento que ocorreu em 2013, quando um barco de um armador russo, com bandeira da Moldávia, fez uma parada de emergência no porto de Beirute devido a problemas técnicos.
O governo não disse que essa é a origem do nitrato de amônio da explosão, mas o navio carregava justamente a quantidade de 2.750 toneladas que foram apreendidas pelas autoridades libanesas e armazenadas no local.
O nitrato de amônio é um composto que pode ser usado como fertilizante, mas também na fabricação de explosivos. Se não estiver armazenado nas condições corretas, como parece ter sido o caso da capital libanesa, pode ser muito perigoso.
Apesar de o diretor geral da alfândega, Badri Daher, e o gerente do porto, Hassan Koraytem, alertarem repetidamente sobre o perigo de se manter o nitrato de amônio sem as medidas de segurança exigidas, seus alertas foram ignorados.
A principal pergunta da investigação é como e por que o nitrato de amônio foi negligenciado por seis anos. Enquanto as autoridades não têm explicação para isso, a resposta sobre de onde o composto veio está ficando mais clara.
Como o nitrato de amônio acabou no porto de Beirute
As 2.750 toneladas de nitrato de amônio que o governo libanês investiga como sendo a causa da explosão são a mesma quantidade que as autoridades apreenderam de um navio cargueiro chamado MV Rhosus em 2013.
O MV Rhosus tinha a bandeira da Moldávia e transportava nitrato de amônio da Geórgia para Moçambique, mas sofreu problemas técnicos durante a travessia e teve que parar em Beirute.