Manaus, 29/03/2024

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Delegados da PF vão parar e pedem renúncia do ministro da Justiça

Delegados da PF vão parar e pedem renúncia do ministro da Justiça
04/05/2022 11h45

A Associação dos Delegados da Polícia Federal (ADPF) informou, na manhã desta quarta-feira (4/5), que aprovou medidas em reação ao governo de Jair Bolsonaro por não ter cumprido a promessa de conceder o reajuste salarial à categoria da PF. Entre elas, estão a realização de paralisações e o pedido de renúncia do ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres.

As propostas foram aprovadas em assembleias realizadas na segunda-feira (2/5) e terça-feira (3/5). O calendário de greves será definido entre os delegados e as demais categorias da Polícia Federal. Mais tarde, a Federação Nacional dos Policiais Federal (Fenapef) entrou em contato com a reportagem e afirmou não ter participado da assembleia nem aprovado a paralisação.

Em relação a Torres, a associação aponta que, “pelo desprestígio e desrespeitoso tratamento dado pelo presidente da República à Polícia Federal e ao próprio ministro”, ele será pressionado a renunciar. Ficou decidido ainda que policiais federais poderão entregar seus cargos de chefia e recusar convites para assumir novos postos.

“É importante destacar que a segurança pública foi a maior bandeira de campanha do governo Bolsonaro e o destacado trabalho das forças de segurança vem sendo utilizado, indevidamente, pelo presidente como instrumento de marketing para a sua reeleição”, diz nota da ADPF.

Bolsonaro havia garantido a reestruturação da PF e, por isso, os policiais tinham a expectativa de receber um um reajuste salarial entre 16% e 20% para recompor as perdas inflacionárias dos últimos anos. No entanto, agora, o Executivo sinaliza que a promessa não será cumprida.

Mais greves

Além da PF, outros órgãos estão insatisfeitos com a posição do governo Bolsonaro. Nesta manhã, os servidores do Banco Central retomaram a greve por tempo indeterminado. Os funcionários, que já ficaram 19 dias parados em abril, se unem aos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e do Ministério do Trabalho e Previdência (MTP), que também cruzaram os braços em busca de reajuste salarial.

As mobilizações do funcionalismo público ganharam força depois dos contundentes acenos do presidente Jair Bolsonaro (PL) às carreiras policiais. A pressão deu resultado, e o governo recuou, anunciando reajuste linear de 5% para todas as categorias da União.

O valor, no entanto, é considerado inadequado pelos servidores. A porcentagem mínima, para repor as perdas salariais sofridas, segundo eles, desde o início da atual gestão do Palácio do Planalto, seria de 19,99%, chamado de “reajuste salarial emergencial”.

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