A saída do ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, do Palácio do Itamaraty hoje foi marcada por confusão com jornalistas. Houve relatos de agressão aos profissionais da imprensa.
Houve uma aglomeração de jornalistas para entrevistar Maduro quando ele saía do prédio. O venezuelano esteve no Itamaraty para participar de uma cúpula com líderes sul-americanos e não falou com a imprensa durante o evento.
Após o tumulto, jornalistas relataram agressões. Não ficou claro se partiram de seguranças de Maduro ou do governo brasileiro — ou de ambos.
A TV Globo disse que a repórter Delis Ortiz foi agredida com um soco no peito — o UOL procurou a jornalista, mas não obteve resposta. A emissora afirmou ainda repudiar o ato de violência, se solidarizar e aguardar as providências a serem tomadas pelo Palácio do Planalto para punição dos responsáveis”.
Ministério das Relações Exteriores lamentou o incidente e disse que “providências serão tomadas para apurar responsabilidades”. O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal disse lamentar o ocorrido e pede que o governo federal apure eventuais abusos cometidos contra os profissionais da imprensa.
O GSI (Gabinete de Segurança Institucional) informou que “tomará as providências para esclarecer os fatos”. O órgão também lamentou o ocorrido e disse que verificará “excessos na conduta” e que “os agentes de segurança intervieram no intuito de garantir a saída segura das autoridades presentes”.
O presidente Lula (PT) minimizou as críticas após encontrar Maduro e disse que “houve muito respeito” na reunião com o venezuelano.
O petista disse que “ninguém é obrigado a concordar com ninguém” e que Maduro faz parte do mesmo continente. “Houve muito respeito com a participação do Maduro. É assim que a gente vai fazendo”, declarou.
Lula também afirmou que para destruir um adversário, a primeira coisa que se faz “é construir uma narrativa negativa dele”. “Eu tive a oportunidade de ver isso, uma narrativa em que você determina que um cara é um demônio. A partir do momento que você cria a narrativa que ele é demônio você começa a jogar todo mundo contra ele. Foi assim que aconteceu com Chávez. Foi assim que aconteceu comigo.”
Ontem ele já havia dito de tentativas de construir “narrativas” de autoritarismo.
Após a fala, recebeu críticas dos participantes da cúpula. O presidente do Chile, Gabriel Boric, afirmou hoje, após reunião com o presidente Lula e outros líderes da América do Sul, que não se deve fazer “vista grossa” para a situação dos direitos humanos na Venezuela.
Lula também foi criticado pelo presidente do Uruguai. Luis Lacalle Pou disse hoje que ficou surpreso com a fala do brasileiro sobre a Venezuela ser “vítima” de uma “narrativa”. Em seu discurso na primeira parte da cúpula, o uruguaio disse que “o pior que podemos fazer é tapar o sol com o dedo”.
Vieram ao Brasil 11 presidentes latino-americanos e 1 representante do Peru no lugar de Dina Boluarte:
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