Manaus, 29/03/2024

Política

Deputado Dermilson Chagas leva sindicato de professores para expor na Aleam os riscos da volta às aulas presenciais

FOTO: MÁRCIO GLEYSON
FOTO: MÁRCIO GLEYSON
27/05/2021 12h11

O parlamentar obteve uma cessão de tempo para o Asprom/Sindical revelar a falta de segurança sanitária das escolas estaduais para alunos, professores e funcionários administrativos

O deputado Dermilson Chagas (Podemos) obteve da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam) uma cessão de tempo para que o Sindicato dos Professores e Pedagogos de Manaus (Asprom/Sindical) apresentar, na manhã desta quarta-feira (26/05), os motivos da categoria não aceitar a volta às aulas presenciais.

“Eu pedi essa cessão de tempo para o Asprom/Sindical por não ter uma barreira sanitária no estado, por não ter todos os professores vacinados, por não ter uma política de desenvolvimento para que haja, de uma forma horizontal, o combate ao novo coronavírus na Seduc (Secretaria de Estado de Educação), e, além disso, os casos de infectados estão começando a subir novamente”, argumentou Dermilson Chagas.

O coordenador geral de Comunicação do Asprom/Sindical, Lambert Melo, relatou que existem vários empecilhos para o retorno seguro das aulas presenciais. Um deles se refere ao tipo de janelas utilizadas nas escolas estaduais e municipais, que são do tipo basculante, que não abrem porque estão velhas e emperradas e que, portanto, não há circulação de ar natural nas salas de aula.

Segundo Lambert Melo, o Asprom/Sindical solicitou do Governo e da Prefeitura a reforma das janelas para que o ar natural pudesse voltar a circular dentro das salas, mas o pedido não foi atendido. Lambert Melo também citou que não há limpeza periódica dos condicionadores de ar e que não existe, por parte da Prefeitura, um plano de controle rígido do transporte público coletivo da cidade, que sempre está lotado, especialmente em horários de pico, quando todos os trabalhadores retornam para suas casas. Além disso, ele citou que os professores não tomaram a segunda dose da vacina.

“Nós, professores, estamos sob uma ameaça gravíssima, que é estarmos indo nos contaminar com coronavírus no interior das escolas públicas de Manaus e do estado do Amazonas. Estamos sendo ameaçados de morte pelo prefeito de Manaus e pelo governador do estado do Amazonas, porque não haverá outro caminho, caso sejamos obrigados a retornarmos para as aulas presenciais, como está sendo colocado como uma imposição para todos nós”, disse o sindicalista.

Lambert Melo frisou que tanto o Governo do Amazonas quanto a Prefeitura de Manaus mentem em seus discursos publicitários que o retorno às aulas presenciais nas escolas é seguro. “A propaganda que é feita pelo Governo do Estado e pela Prefeitura, de que as escolas são um ambiente seguro para as crianças e adolescentes, é uma grande mentira”.

Segundo o sindicalista, será praticamente impossível para os professores conseguirem controlar o distanciamento social dos alunos dentro do ambiente escolar e fiscalizar o uso de máscaras em todos os locais das unidades de ensino. “É impossível fazer esse controle durante quatro horas, que é o tempo mínimo que os estudantes passam dentro de uma escola, e durante seis horas nas escolas de tempo integral”, comentou.

No Plenário Ruy Araújo, somente os deputados Dermilson Chagas, Wilker Barreto (Podemos) e Nejmi Aziz (PSD) se manifestaram dizendo ser contra o retorno presencial de professores e alunos.

Greve na capital e no interior

Lambert Melo informou, durante o seu discurso, que os professores do interior decidiram deflagrar greve geral por tempo indeterminado porque discordam do retorno ao trabalho presencial sem que as exigências mínimas de segurança sanitária sejam atendidas. Ele também informou que os professores da capital já têm assembleia geral extraordinária marcada para o dia 1º de junho, data em que deverão deflagrar uma paralisação geral na capital.

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