Manaus, 25/04/2024

Economia

Dólar opera em forte alta e volta aos R$ 5,04

Notas de dólar — Foto: pasja1000/Creative Commons
Notas de dólar — Foto: pasja1000/Creative Commons
19/04/2023 15h20

O dólar opera em alta nesta quarta-feira (19), com investidores digerindo detalhes do arcabouço fiscal e com clima ruim no exterior pela expectativa de alta de juros nos Estados Unidos e Europa.

Às 12h51, a moeda norte-americana avançava 1,44%, cotada a R$ 5,0478.

No mesmo horário, o Ibovespa recuava mais de 1%, aos 104 mil pontos.

Na véspera, o dólar fechou em alta de 0,81%, cotada a R$ 4,9760. Com o resultado, a moeda passou a acumular:

  • Ganho de 1,24% na semana;
  • Perdas de 1,84% no mês e de 5,72% no ano.

O que está mexendo com os mercados?

No Brasil, o grande destaque é a avaliação de detalhes do novo arcabouço fiscal, entregue nesta terça-feira (18) ao Congresso Nacional.

O projeto de lei do governo elenca uma série de despesas que não serão enquadradas nos limites das novas regras. Também traz mais detalhes sobre as metas de resultado e explica o que acontece caso essas metas não sejam cumpridas. 

O mercado internacional iniciou o dia preocupado com a probabilidade de altas nos juros de economias desenvolvidas depois de resultados de inflação na Europa e expectativa por dados econômicos nos Estados Unidos.

O presidente do Federal Reserve de Atlanta, Raphael Bostic, disse nesta terça que Banco Central dos EUA provavelmente terá mais um aumento na taxa de juros pela frente, uma vez que continua trabalhando para reduzir a inflação alta.

“Mais um movimento deve ser suficiente para darmos um passo atrás e ver como nossa política está fluindo na economia, para entender até que ponto a inflação está voltando à nossa meta”, disse Bostic em entrevista à CNBC.

Já o presidente do Federal Reserve de St. Louis, James Bullard, disse também na terça que o Fed deveria continuar elevando a taxa de juros com base em dados recentes mostrando que a inflação continua persistente, enquanto a economia em geral deve continuar crescendo, mesmo que lentamente.

“Wall Street está muito engajado na ideia de que haverá uma recessão em seis meses ou algo assim, mas não é assim que você leria uma expansão como esta”, disse, em entrevista à Reuters.

“O mercado de trabalho parece muito, muito forte. E a sabedoria convencional é que se você tem um mercado de trabalho forte que alimenta um consumo forte… e isso é uma grande parte da economia… não parece ser o momento de prever que haverá uma recessão no segundo semestre de 2023”, disse ele.

Ilan Arbetman, analista de research da Ativa Investimentos, disse à Reuters que declarações de membros do Fed apontaram um cenário de política monetária mais restritiva durante mais tempo. “As falas foram uníssonas na visualização de uma ‘fed fund rating’ mais forte por um tempo maior”.

Já a inflação na zona do euro diminuiu no mês passado, mas as leituras subjacentes permaneceram altas, disse a Eurostat. A taxa caiu de 8,5% para 6,9% na janela anual, principalmente devido a uma rápida queda nos custos de energia, já que os preços do gás natural continuam caindo após o salto de um ano atrás com a invasão da Ucrânia pela Rússia.

Mas autoridades do Banco Central Europeu (BCE) agora estão preocupadas com o fato de que os altos custos da energia tenham se infiltrado na economia em geral. As leituras do núcleo persistentemente altas são o motivo pelo qual a maioria das autoridades do BCE já disse que as taxas de juros precisarão continuar subindo, apesar do recorde de 350 pontos-base de alta desde julho passado.

No Reino Unido, a inflação registrou desaceleração menor do que o esperado, fazendo o país ser o único da Europa Ocidental com inflação de dois dígitos em março. A taxa caiu para uma taxa anual de 10,1%, disse o Escritório Nacional de Estatísticas, abaixo dos 10,4% em fevereiro, mas bem acima dos 9,8% previstos por economistas consultados pela Reuters.

A inflação, que atingiu um pico em 41 anos de 11,1% em outubro, continua a corroer o poder de compra dos trabalhadores, cujos salários estão subindo menos. O resultado reforça as apostas de que o Banco da Inglaterra aumentará a taxa de juros novamente em maio.

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