Manaus, 16/04/2024

Brasil

Em salas separadas, generais começam a depor sobre atos de 8 de janeiro

REUTERS/Adriano Machado
REUTERS/Adriano Machado
12/04/2023 12h50

A Polícia Federal (PF) começou a ouvir os depoimentos de militares do Exército sobre os atos criminosos do dia 8 de janeiro contra as sedes dos Três Poderes.

Cerca de 89 militares devem ser ouvidos nesta quarta-feira (12).

Dentre os intimados para depor, estão o general Gustavo Dutra, que chefiava o Comando Militar do Planalto, o general Russo Assunção Penteado, na época secretário-executivo do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e o general Carlos Feitosa, que era general de Divisão da Secretaria de Segurança e Coordenação Presidencial do GSI.

Os três chegaram na Academia Nacional da PF sem advogados e começaram a depor às 8h da manhã, como previsto, em salas separadas.

A PF organizou uma força-tarefa para ouvir os quase 90 militares nesta quarta. Devem ser colhidos 49 depoimentos pela manhã e 40 durante a tarde.

A Academia Nacional, que fica a 20 quilômetros da Esplanada dos Ministérios, foi escolhida por ser espaçoso, para que assim seja possível ouvir todos os militares do Exército e da Guarda Presidencial em único dia.

Normalmente, os depoimentos prestados para a Polícia Federal em Brasília ocorrem na sede da entidade, na região central da capital do país.

Segundo fontes a par das investigações ouvidas pela CNN, a PF convocou diversos servidores, inclusive os que estariam de folga, para colher todos os depoimentos. A ideia é acelerar a finalização do inquérito.

Suposta interferência de militares

No dia 16 de março, em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa do Distrito Federal, o ex-comandante de Operações da Polícia Militar do DF, o coronel Jorge Eduardo Naime, afirmou que o Exército tentou impedir a prisão de manifestantes que participaram dos ataques criminosos.

O coronel destacou ainda que teria sido feita uma barreira com militares do Exército para impedir a prisão de suspeitos que participaram dos atos e que estavam instalados no acampamento que havia sido montado em frente ao quartel-general do Exército.

Em fevereiro, o ministro Alexandre de Moraes determinou que cabe ao Supremo Tribunal Federal (STF) o julgamento dos militares que estiveram envolvidos nos atos de 8 de janeiro. Ou seja, que esse julgamento não caberia à Justiça Militar.

No mês passado, a Procuradoria-Geral da República (PGR) abriu uma investigação contra militares das Forças Armadas por suposto envolvimento nos atos antidemocráticos.

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