Manaus, 29/03/2024

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ESPETÁCULO ‘A MORTE DO CISNE’ MISTURA BALÉ E ELEMENTOS CIRCENSES EM APRESENTAÇÃO NESTE SÁBADO (10) EM MANAUS

Espetáculo 'A Morte do Cisne' Foto:Divulgação
Espetáculo 'A Morte do Cisne' Foto:Divulgação
08/11/2018 14h00

Mikhail Fokine em 1905 coreografou a primeira versão de “A Morte do Cisne” para a bailarina Ana Pavlova como um solo de balé clássico na Rússia, se tornando uma das obras mais contempladas e conceituadas do mundo. Em Manaus, o Grupo Jurubebas de Teatro desenvolveu uma versão da obra onde o balé clássico, a partir da utilização de aparelhos circenses, dialoga com a vida e a morte de forma direta. O público passa a ver o cisne de outros ângulos, sejam eles físicos ou psicológicos, na apresentação que ocorre neste sábado (10), às 19h, no Teatro da Instalação, no Centro de Manaus.

“A partir do momento que a gente quebra essa estrutura do balé e põe um aparelho de circo levamos a história para um lugar de subjetividade. A gente passa a ver naquela figura pesada um ser que precisa de ajuda”, diz Felipe Maya Jatobá, que assina a direção do espetáculo, último do repertório da companhia, junto com André Angeli.

Para desenvolver a versão contemporânea, Felipe, André e Herberth Virgínio se debruçaram sobre a história por trás do poema “The Dying Swan”, de Alfred Tennyson, que conta a história de um cisne antes de sua morte. Contextualizando para a atualidade, o desejo pela interrupção da vida tem frequentes debates em sociedade; considerado um tabu, cerca de 800 mil pessoas por ano comentem suicídio, segundo a Organização Mundial da Saúde (dados divulgados em 2016 e referentes ao ano de 2012).

“A cada 30 segundos uma pessoa no mundo dá um passo sem volta. Em uma sociedade presa num sistema de mercado, a morte voluntária acontece frequentemente e ainda assim continua a ser silenciada. Onde a Morte do Cisne está presente na minha vida? Está ao meu redor, nas pessoas que passam por mim, nos transtornos mal cuidados e na dor que sou proibido de externar”, afirma André.

Integrante de outros grupos de dança, André compartilhou sua experiência para a construção do espetáculo pelo Grupo Jurubebas, promovendo um novo olhar sobre o teatro-dança. O espetáculo é considera um “braço” do processo de criação do espetáculo “Menino TK”, pois foi a partir do processo de pesquisa para a peça infantil que se desenvolveu o processo criativo do espetáculo adulto.

“’Menino TK’ e ‘A Morte do Cisne’ têm em comum, além do fato de serem pássaros contanto sua história de vida, um desejo que supera suas próprias forças”, afirma Felipe, que também assina a direção de ‘Menino TK’.

Pautado em temas ligados às relações humanas, o grupo trabalha a partir da perspectiva de quem observa em seus próprios integrantes as mazelas psicológicas que os afligem e sua relação com a cidade de Manaus. A versão do grupo foi apresentada na primeira edição da Mostra de Artes Cênicas Processo Aberto em 2017, no Centro Cultural Usina Chaminé, e na Mostra de Teatro do Amazonas, no Teatro Amazonas em 2018.

A obra participou da seletiva de diversos festivais universitários este ano, ficando como suplente no Festival Internacional de Teatro de Dourados e pré-selecionado na primeira etapa do Festival de Teatro Universitário do Rio de Janeiro.

A Companhia
O Grupo Jurubebas de Teatro surgiu do desejo de compartilhar vivências e experimentar o fazer teatral tendo como análise as relações humanas em sociedade. Nascido em 16 de dezembro, o grupo realiza sua pesquisa cênica a partir da preparação física do ator, a biomecânica, dança contemporânea na vertical e o conceito oriental de “ator invisível”.

Serviço
O que é – Espetáculo “A Morte do Cisne”
Quando – Neste sábado (10), às 19h
Onde – Teatro da Instalação (rua Frei José dos Inocentes, s/n° – Centro)
Quanto – R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia)

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