Manaus, 21/05/2024

Cidade

GRUPO A APOSTA EM CRIATIVIDADE, HOMENAGENS E ENREDOS HISTÓRICOS

Escola de Samba sem compromisso Foto: Divulgação
Escola de Samba sem compromisso Foto: Divulgação
02/03/2019 12h30

Nas primeiras horas deste sábado, 2/3, a avenida do samba, no Sambódromo de Manaus foi tomada pelo colorido, animação, determinação, garra e muito suor das escolas do Grupo de Acesso A. Sete escolas que disputam uma vaga no Grupo Especial contaram e cantaram histórias durante 40 minutos. O momento mais emocionante foi registrado no encerramento, com o público torcendo e ajudando a Sem Compromisso que teve dois carros quebrados e atrasou o desfile em 8 minutos.

Ressaltando a importância da preservação da fauna e da flora e, as tradicionais atividades que caracterizam a cultura da Região Norte, a primeira escola a se apresentar, Mocidade Independente do Coroado, trouxe para Avenida do Samba o tema “Filha de um rio de águas brancas, Tapauá – A linda flor deste imenso Brasil”.

Em seguida, foi à vez da Dragões do Império, que este ano, homenageou o paulista e empresário, Sandro Putnoki, com o tema “Sandro Putnoki, O Perreché do Brasil”. Apaixonado pela Amazônia, Purnoki virou visitante assíduo da região norte e lutador das causas em defesa ao meio ambiente, consciência e responsabilidade ecológica. A primeira ala veio fazendo a ponte com o sudeste com o tema “Na Terra da Garoa”, homenageando a primeira parte da história do empresário. Em seguida, a escola trouxe para a avenida o Norte com a ala “No Amazonas desembarquei, em seus rios singrei e por esse ligar me apaixonei”, enfatizando a paixão de Putnoki pela região amazônica.

“Poucas pessoas têm a chance de ser homenageado em uma passarela tão tradicional e tão linda como esta. É emocionante! Sinto-me privilegiado por isto, por essas pessoas, por essa comunidade que compõe essa escola. Há vinte anos eu conheci esse território e me apaixonei por suas belezas e encanto, e luto pela preservação deste lugar, assim como pela valorização da cultura”, ressaltou o homenageado, Sandro Putnoki.

A terceira escola a colorir a avenida do samba foi Acadêmicos da Cidade Alta com o tema “Vai começar o arrasta-pé pra contar a história de José de Arimatea”, diretor da Liga Independente do Festival Folclórico do Amazonas. A agremiação fez uma viagem pelas origens das danças do folclore popular, trazendo em suas primeiras alas e alegorias, representações de ciranda, candomblé, cangaço. A escola relembrou ainda a história do homenageado, que construiu carreira na Polícia Militar do Amazonas e na área de enfermagem.

Homenageando Óbidos, um dos municípios do estado do Pará, a Escola de Samba Unidos da Cidade Nova, trouxe para a avenida o tema “Óbidos: A Sentinela da Amazônia”, terra de ingredientes de aventura, história e natureza. Com composição étnica e cultural bastante miscigenada, a cidade possui uma forte tendência portuguesa e indígena. Em suas alas, a história e os pontos turísticos de Óbidos, como a Praça de Santana, que levou para a avenida, fantasias com as profissões de pipoqueiros, boleiros e comerciantes de comidas típicas da cidade.

Entrando na avenida às 2h40, a escola de samba Beija Flor do Norte,  trouxe o tema “De pai para filho: o DNA do samba caboclo no sangue da Beija-flor do Norte”, reverenciando o talento e poesia de Edu do Banjo e Dudu Brasil, pai e filho, que carregam no sangue não só a ligação familiar, mas também a essência da música popular brasileira, em especial, o samba de raiz. Além da homenagem aos sambistas, a escola abriu espaço para a voz forte da talentosa Neli Miranda, única interprete feminina amazonense. Revivendo em cores, ritmo e alegria, as alas compartilharam a história de vida dos grandes nomes do samba da Região Norte e contou com a presença do cantor e compositor amazonense Chico da Silva na ala da diretoria.

Penúltima escola a desfilar na avenida, a Balaku Blaku misturou a alegria do Carnaval com a importância dos cuidados com a Saúde e manutenção do bem estar, com o tema “Samel e a suprema arte de curar: da ancestralidade a medicina nuclear”. O hospital de rede privada, que tem mais de 30 anos de fundação na capital, foi homenageado por meio da história do conhecimento milenar das práticas medicinais de cura até as avançadas técnicas atuais. A ala das baianas passou deixando um cheirinho de incenso encantador no ar.

A Sem Compromisso, última a desfilar, rendeu-se à magia do Rock e trouxe para a avenida o enredo “Força, garra, magia e feitiço. É dia de Rock na Sem Compromisso”. A ousadia inspirada na banda Kiss e em outras bandas clássicas do ritmo como Rolling Stones, permeou a comissão de frente, que caprichou na maquiagem, e as alas, que fizeram uma viagem aos grandes momentos do universo do rock, pop e metal.

O carro principal chegou a parar no meio do desfile por alguns minutos, voltou a andar e contou com a vibração do público presente. No entanto, não conseguiu completar o desfile a tempo e a escola passou 8 minutos do tempo determinado. O segundo carro também atravessou a avenida do samba com dificuldades e comoveu a torcida. “Infelizmente imprevistos acontecem. A escola estava bem arrumada, organizada tecnicamente, no enredo, nos brincantes, em tudo, só que aconteceu esse imprevisto, mas a gente vai superar”, afirmou o presidente da agremiação, Jimmy Lins, ainda emocionado ao final da apresentação, juntamente com os brincantes que deixaram o local chorando.

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