15/05/2019 12h30
Até agosto, os internos da enfermaria psiquiátrica, anexa ao Centro de Detenção Provisória de Manaus 1, estarão colhendo verduras e legumes produzidos na unidade. Oito canteiros começam a ganhar estrutura e vida pelas mãos dos presos por meio do projeto “Plantando a Liberdade”, desenvolvido pela Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), em parceria com a Umanizzare Gestão Prisional, empresa que faz cogestão em seis presídios do Amazonas.
Além do caráter terapêutico e profissionalizante, o projeto irá assegurar o fornecimento diário de verduras à população carcerária. As plantações são diversificadas e envolvem hortaliças e legumes, como alface, couve, rúcula, almeirão, cebolinha, salsa, coentro, pimenta, cenoura, abobrinha verde e quiabo.
O reeducando Fabrício (nome fictício) é um dos três presos que estão recebendo informações técnicas, com aulas teóricas e práticas sobre qualidade do solo, manuseio de adubos, sementes e a forma correta para a colheita das hortaliças. “Já acordo pensando em mexer na terra, em ver se a mudinha está crescendo. Além do conhecimento que estou ganhando e vou usar, minha casa fica na zona rural de Manaus, é como um sítio, o que me proporciona enxergar um recomeço, com renda lícita para manter minha família”, avalia.
UPP e Compaj
Nos próximos dias, o projeto “Plantando a Liberdade” beneficiará também os internos do Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) e da Unidade Prisional do Puraquequara (UPP). No Compaj, serão criados 22 canteiros para iniciar as atividades de plantio. Na UPP, a área para a implantação já está em análise.
“O trabalho nas hortas funciona como processo terapêutico e benéfico para a higienização mental da pessoa aprisionada, além de contribuir para reconstrução dos laços sociais do reeducando, na medida em que ele retoma uma função em sociedade”, afirma o coordenador, ressaltando que as aulas práticas já começaram no Compaj.
Compostagem
No Anísio Jobim, além das oficinas de horticultura, os internos irão aprender sobre compostagem orgânica, uma vez que será desenvolvido um local para a destinação correta dos resíduos orgânicos. A finalidade é fazer, das sobras dos alimentos, adubo para as hortas. As ações fazem parte do compromisso social em humanizar a rotina dos apenados e investir na capacitação deles, visando a sua reinserção no mercado e promovendo dignidade humana por meio de atividades produtivas.