Manaus, 24/04/2024

Amazonas

Incêndios na Amazônia brasileira aumentam em setembro, pior mês desde 2010

Incêndios na Amazônia brasileira aumentam em setembro, pior mês desde 2010
26/09/2022 16h00

Os incêndios na floresta amazônica do Brasil aumentaram em setembro, já tornando-o o pior mês em mais de uma década, mostraram dados do governo nesta segunda-feira, após um salto no desmatamento durante um ano eleitoral.

A agência nacional de pesquisa espacial INPE registrou 36.850 alertas de incêndio na região até agora este mês, um aumento de 120% em relação ao mês anterior e o pior já registrado em qualquer mês desde setembro de 2010, quando o INPE emitiu 43.933 alertas.

Com isso, o total de alertas de incêndio até agora este ano subiu para 82.872, superando os 75.090 registrados em todo o ano de 2021.

Os incêndios na Amazônia tendem a atingir o pico em agosto e setembro, considerado a época de queimadas na região, quando as chuvas diminuem para permitir que pecuaristas e fazendeiros muitas vezes ateem fogo em áreas desmatadas .

Este mês, porém, já ultrapassaram a média de 32.110 focos de incêndio de setembro, segundo dados de satélite do INPE desde 1998.

A destruição da floresta tropical do Brasil geralmente aumenta em anos de eleições , quando a aplicação da lei geralmente diminui e os madeireiros correm com planos antes de uma possível mudança na política de conservação.

“Os incêndios não são um fenômeno natural na floresta amazônica. Essas queimadas estão relacionadas às atividades humanas, muitas vezes ilegais, e a níveis de degradação que a tornam mais suscetível a incêndios”, disse Mariana Napolitano, gerente científica do WWF-Brasil.

Os brasileiros votarão em 2 de outubro se dão um segundo mandato ao presidente Jair Bolsonaro, que reverteu as proteções ambientais, vendo o desmatamento na Amazônia aumentar para uma alta de 15 anos.

“O Brasil já foi referência mundial no monitoramento de florestas nacionais, mas infelizmente os órgãos responsáveis ​​foram desmantelados pelo governo”, disse no Twitter o ex-diretor do INPE Ricardo Galvão, agora candidato ao Congresso.

Bolsonaro está atrás nas pesquisas de opinião do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que prometeu reforçar a aplicação da lei na Amazônia para conter o desmatamento se eleito.

O gabinete de Bolsonaro encaminhou um pedido de comentários ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, que não respondeu imediatamente.

Em agosto, os incêndios já haviam sido os mais altos do mês desde 2010.

Os dados também mostraram que 1.661 quilômetros quadrados (641 milhas quadradas) foram desmatados na Amazônia no mês passado, um aumento de 81% em relação ao mesmo período de 2021.

Em um discurso nas Nações Unidas na semana passada, Bolsonaro elogiou os esforços de energia renovável do Brasil e disse que a maior parte da Amazônia permanece intocada, criticando a mídia por suas reportagens sobre o desmatamento.

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