Manaus, 25/04/2024

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ÍNDIA ULTRAPASSA O BRASIL E SE TORNA O SEGUNDO PAÍS COM MAIS CASOS DE COVID-19

ÍNDIA ULTRAPASSA O BRASIL E SE TORNA O SEGUNDO PAÍS COM MAIS CASOS DE COVID-19
07/09/2020 11h40

A Índia ultrapassou o Brasil e se tornou nesta segunda-feira (7) o segundo país do mundo com mais casos de Covid-19, de acordo com dados do Ministério da Saúde indiano.

O país chegou a 4,2 milhões de infecções pelo novo coronavírus, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, que têm mais de 6,4 milhões de casos confirmados.

O Brasil tem 4,13 milhões de infectados, mas é um dos países que menos testam no mundo, o que contribui para que o número de casos notificados seja menor do que os que existem de fato. Além disso, a população da Índia é cerca de 6 vezes maior que a do Brasil: são 1,3 bilhão de habitantes, contra 210 milhões no Brasil.

No domingo (6), a Índia bateu o recorde diário global de novos casos de Covid-19, com mais de 90 mil notificações de infecções pelo coronavírus. No mesmo dia, o Brasil teve 16,4 mil casos confirmados.

Assim como o Brasil, a Índia também tem tido problemas com testagem. Estados usam testes diferentes para diagnosticar a Covid-19, segundo uma reportagem publicada na revista científica “The Lancet” no sábado (5).

“Comparar as taxas de testes positivos entre diferentes estados tornou-se extremamente difícil”, afirmou à revista Rijo John, analista de políticas de saúde pública e membro sênior do Centro de Pesquisa de Políticas Públicas em Kerala, estado na costa indiana com o Mar Árabico.

“Mais e mais estados estão adotando testes de detecção rápida de antígeno, que são conhecidos por terem uma alta porcentagem de falsos negativos, e não utilizam os testes RT-PCR, padrão ouro, em sua capacidade total”, disse John.

Mortes e subnotificação

A Índia tem 71,6 mil mortes pela doença, segundo monitoramento da universidade americana Johns Hopkins. É o terceiro maior número do mundo, atrás de Estados Unidos (188,9 mil mortes) e Brasil (126,6 mil).

Mas especialistas alertam que o país asiático também tem subnotificação de mortes.

O epidemiologista Giridhara R. Babu, da Fundação de Saúde Pública da Índia, disse em entrevista à revista científica “The Lancet”, no sábado (5), que nas áreas rurais do país, onde vive a maior parte da população indiana, a maioria das mortes ocorre fora dos hospitais, o que pode atrasar a notificação.

Um ponto que ainda não está claro sobre a contagem indiana é se as mortes suspeitas ou prováveis por Covid-19 estão sendo incluídas. A diretriz do Conselho Indiano de Pesquisas Médicas é que esse tipo de óbito seja incluído nas notificações, mas ela funciona apenas como orientação para os estados, sem ser obrigatória.

A pressão pública e da imprensa levou à recontagem do número de mortes em alguns estados indianos.

“Tamil Nadu [onde fica Chennai] acrescentou mais de 400 mortes pendentes. Maharashtra [onde fica Mumbai] também. Bengala Ocidental [onde fica Calcutá] costumava excluir todas as mortes com comorbidades das mortes de Covid-19, mas eles pararam com essas práticas”, afirmou Rijo John, do Centro de Pesquisa de Políticas Públicas em Kerala, à “The Lancet”.

Segunda onda

A Índia conseguiu conter, em um primeiro momento, a expansão do novo coronavírus com um rígido confinamento, que durou 70 dias. Desde julho, cerca de um mês depois do início da reabertura, o país vem registrando uma aceleração no número de casos de Covid-19. Em 17 de julho, o país ultrapassou a marca de 1 milhão de infecções.

Especialistas dizem que a pandemia vive uma segunda onda em algumas partes do país, que é o segundo mais populoso do mundo, com 1,3 bilhão de habitantes. O número de casos aumentou, porque mais exames estão sendo feitos e houve uma liberação parcial das locomoções da população.

Com informações do G1

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