A trancista Thais Medeiros de Oliveira, de 25 anos, teve uma lesão irreversível no cérebro, segundo o médico da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Santa Casa de Anápolis, Rubens Dias. Ele explica que a lesão foi causada pela falta de oxigenação no cérebro da jovem.
“O que ela teve foi um período que o cérebro não tem oxigenação devida, porque o coração não estava bombeando sangue para o corpo. E ele gera uma lesão que é irreversível e tem um potencial de gravidade muito grande, explica o médico.
Thais passou mal no último dia 17 de fevereiro, enquanto almoçava na casa do namorado, e chegou a ficar mais de 20 dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), em Anápolis, a 55km de Goiânia. Ela cheirou um vidro de pimenta em conserva.
O médico explica que a lesão foi causada por causada após a parada cardíaca que Thais teve, o que gerou a falta de oxigenação no cérebro. Ele ainda conta que a jovem pode ter sim uma melhora, mas pode não conseguir voltar à total normalidade.
“Em relação ao prognóstico neurológico dela, a gente espera uma lesão neurológica grave. O que a gente tem de perspectiva é que, voltar às atividades normais dela, isso dificilmente vai acontecer. O cérebro pode ter uma recuperação, mas a gente acredita que voltar às atividades habituais, infelizmente, não”, finalizou o médico.
O médico da Santa Casa de Anápolis Murilo Santana explicou que Thais já chegou à unidade com um grave quadro respiratório e que a família havia informado de que ela já tinha uma doença crônica pulmonar, o que agravou a situação.
“Durante a refeição, os relatos são de que ela entrou em contato com a pimenta e começou a ter falta de ar, e que foi aumentando. Ela chegou já intubada, sedada, com choque emodinânico (pressão baixa), isso mostra a gravidade do caso. Ela foi assistida e, após a reversão do quadro, encaminhada a UTI”, disse o médico.
A mãe de Thais, Adriana, conta que a filha tinha bronquite e asma e sofria com crises alérgicas, inclusive, chegando a ficar cinco dias internada com uma bactéria no pulmão.
“A Taís contraiu asma e bronquite no final da gravidez dela, desde então, eu venho lutando com ela. Ela tem alergia a muita coisa, só que a gente ainda não sabia. A gente ia começar um tratamento com ela no Hospital das Clínicas em Goiânia, mas, por motivo financeiro, não conseguimos continuar. Ela disse: – não, mãe, depois a gente faz”, conta a mãe.
Adriana explica que as crise de Thais começaram com falta de ar, tosse, pulmão cheio e empolava o corpo, porém, ela nunca havia registrado reação à pimenta, o que causou espanto para todos.
O médico alergista da Santa Casa, Lany Noleto, explica que alergias a alimentos são comuns, mas no caso de Thais, era uma paciente que já tinha uma doença inflamatória, a asma, em que a crise pode ser provocada por um motivo “irritante”.
“É comum empolar, inchar, coçar, dar vermelhidão, ter comprometimento gastrointestinal, diarreia e vômito”, explica Lany.
“A crise pode ser provocada por um irritante e o odor da pimenta pode fazer isso também. Qualquer alimento pode causar reações alérgicas, alguns mais frequentes como amendoins, coco, castanhas. Já peguei casos de anafilaxia (alergia) até de abóbora e berinjela, e documentado com exames e tudo”, finaliza o médico
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