Uma única doação de sangue pode ajudar a salvar até quatro vidas. A campanha Junho Vermelho incentiva a prática, com o objetivo de manter os estoques dos hemocentros pelo Brasil.
A diretora de relações externas e intercâmbios da Fundação Pró-Sangue Hemocentro de São Paulo, Carla Luana Dinardo, explica que a falta de reserva nos bancos de sangue pode causar adiamento de cirurgias.
“Os familiares sabem a dor que é cancelar uma cirurgia cardíaca, oncológica ou de paciente crônico de quimioterapia porque não temos bolsa de sangue. Fica o apelo para que as pessoas levem o espírito de natal e não tirem férias da doação: aproveitem esse tempo para doar sangue”, afirma.
Segundo a especialista, a doação voluntária de sangue garante o abastecimento seguro e contínuo para suporte de transfusões e atendimento de diversos pacientes que dependem de tratamentos relacionados.
A compatibilidade do sistema ABO e o fator Rh, que indica se o sangue é positivo ou negativo, estão entre os critérios indispensáveis para uma transfusão sanguínea segura e eficaz.
Além do sistema ABO, o mais conhecido de divisão sanguínea, existem pelo menos 43 grupos com mais de 378 antígenos. A especialista explica essas tipificações, que se referem à presença ou não de uma substância na membrana do glóbulo vermelho.
“Nessa membrana celular podemos encontrar o antígeno A, o antígeno B ou até mesmo o antígeno A e B. Mas também é possível que esse glóbulo vermelho não tenha antígeno nenhum, nesse caso ele será o que chamamos de sangue O”, diz Carla.
A compatibilidade é parte fundamental para o sucesso das transfusões. “Transfusão incompatível no sistema ABO pode levar à morte do paciente, pois as defesas do nosso corpo são muito fortes e uma vez que detectam sangue incompatível, vão destruir os glóbulos vermelhos com o outro tipo de antígeno, causando lesão pulmonar e outros quadros graves”, esclarece.
Além dos grupos sanguíneos de maior importância, como os sistemas ABO, Rh, Kell, Duffy e Kidd, há os chamados sangues raros, que são mais difíceis de encontrar na população de doadores e pacientes.
Quando há um doador com esse tipo sanguíneo, ele deve seguir as orientações do hemocentro quanto à frequência de suas doações. “O que mais precisamos no nosso país é o chamado antígeno U negativo. Em segundo lugar, temos a substância Vel negativo e o Kidd nulo”, afirma Carla.
Devido à dificuldade de encontrar esses grupos sanguíneos, os hemocentros, em parceria com o Ministério da Saúde, abastecem um banco de dados de diversos sangues raros em nível nacional no Brasil, chamado Cadastro Nacional de Sangue Raro (CNSR). Depois que o hemocentro identifica integrantes de sangue raro, inicia-se uma busca ativa entre os familiares desses indivíduos.
“É um trabalho de formiguinha que fazemos e de apelo, porque o Brasil é gigantesco e é difícil conseguir acionar essas raridades quando precisamos, por isso o banco de dados do CNSR e o suporte da Coordenação de Sangue é tão importante para levar insumos ao paciente que precisa”, diz.
Interessados devem procurar um Hemocentro (lista de hemocentros no Brasil) para checar os requisitos necessários e conferir os impedimentos temporários e definitivos – veja abaixo.
O intervalo de doação é de dois meses para homens, restrito a quatro doações por ano.
Para mulheres, as doações podem ser feitas de três em três meses, sendo no máximo três doações anuais.
Requisitos para doação
No dia da doação
Impedimentos temporários
Quem não pode doar?
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