LAB Negras Narrativas: cineastas amazonenses podem inscrever projetos audiovisuais até 1º de março
23/02/2023 15h30
O LAB Negras Narrativas Amazônicas prorrogou as inscrições para projetos audiovisuais de cineastas negros da Amazônia Legal até o próximo dia 1º de março. O laboratório oferece consultorias especializadas aos projetos selecionados com o objetivo de fortalecer as narrativas e reforçar estratégias de inserção e permanência no mercado audiovisual. Destinada aos diferentes gêneros – como ficção, documentário e animação – e formatos – longa e curta-metragem e narrativas seriadas -, ao final da formação, a iniciativa premiará os três melhores projetos com o valor de R$10 mil cada. O laboratório ocorre entre os dias 3 e 8 de abril, em Belém (PA).
O laboratório consiste em um espaço de encontro, voltado ao aprimoramento de projetos audiovisuais de realizadores negros do país. Desde 2016, o LAB Negras Narrativas garante aos participantes, palestras e consultorias nas áreas de direção, roteiro e produção, compreendendo toda a cadeia produtiva do audiovisual, com objetivo de criar bases para inserção e permanência de profissionais negros nesse mercado. Em 2023, chega à sua quinta edição nacional e à primeira edição voltada exclusivamente para os realizadores e projetos da Amazônia Legal. O LAB Negras Narrativas Amazônicas é uma realização da Associação de Profissionais do Audiovisual Negro (Apan) em parceria com o Matapi – Mercado Audiovisual do Norte e a Casa Ninja Amazônia, e apoio por financiamento da Open Society Foundations.
Nos últimos anos, a participação da Região Norte no mercado nacional de cinema registrou um crescimento de mais de 50%. Atualmente, são aproximadamente 295 produtoras independentes brasileiras registradas e ativas na Agência Nacional do Cinema (Ancine) – um mercado emergente e com grande possibilidades de crescimento, mas que precisa ser incentivado, aquecido, estruturado e aprimorado com a valorização do profissional da região. É a partir dessa inquietação que o LAB Negras Narrativas realiza, pela primeira vez, uma edição voltada exclusivamente para a região amazônica.
Segundo o cineasta paraense, presidente da Apan e diretor executivo do LAB Negras Narrativas, Rodrigo Antonio, o objetivo da iniciativa é “descentralizar o modo de pensar e fazer o cinema negro no Brasil”. “Pensar cinema negro é pensar cinema brasileiro, afirmando isso em nossa pluralidade de negritudes. Daí a importância de trazer, para o centro do debate, o imaginário afroindígena ainda não pautado na agenda nacional. A atenção às narrativas amazônicas orienta-se na possibilidade de ter realizadores negros como protagonistas na construção de políticas públicas para a região e na afirmação de uma autoimagem do cinema amazônico a partir do domínio das ferramentas de produção audiovisual no contexto atual”, conta.
Rayane Penha é diretora e roteirista do estado do Amapá. Em 2020, seu projeto de longa-metragem “Chamado da Floresta” venceu o LAB. A partir da experiência, a realizadora conseguiu recursos para desenvolver o longa e, hoje, participa de uma sala de roteiro da Netflix. “Para mim, foi uma oportunidade muito grande, porque eu sou uma realizadora negra da Região Norte, do Amapá, então é muito difícil ter acesso a esses espaços de desenvolvimento de projetos e acesso a mercados, e o laboratório possibilitou isso. Então, com certeza, o LAB foi fundamental para a minha carreira, para eu crescer enquanto realizadora e, principalmente, para o projeto, não só por ter ganhado, mas porque a experiência em si deu muito corpo para ele se tornar algo muito mais grandioso”, relata a profissional do audiovisual.
Sobre o LAB Negras Narrativas Amazônicas
O LAB Negras Narrativas Amazônicas é um projeto de ampliação e descentralização das ações da Apan. A Apan é uma entidade fundada em 2016, dedicada à missão de consolidar, nos mais distintos campos do audiovisual, a presença de pessoas negras, de maneira a promover narrativas, transformar a percepção da sociedade com relação à negritude, combater o racismo estrutural e referenciar possibilidades de construção coletiva nas políticas públicas e no mundo do trabalho.
Desde seu nascimento em 2016, dedica-se ao fomento, valorização e divulgação de realizações audiovisuais protagonizadas por pessoas negras, bem como a promoção desses profissionais no mercado audiovisual brasileiro e internacional. São pilares da constituição e política da Apan, a valorização da negritude e a defesa dos interesses de uma perspectiva inclusiva, com atenção ao recorte racial em relação a todos os elos da cadeia produtiva audiovisual. “No lugar de aprimoramento e partindo de um posicionamento plural, enquanto entidade nacional, acreditamos no aquilombamento de cineastas negros como forma de propor um novo imaginário nacional”, destaca, ainda, Rodrigo Antonio.
Cronograma:
Período de inscrições: 6 de fevereiro a 1º de março;
Laboratório: 3 a 8 de abril.
Serviço:
Podem se inscrever realizadores audiovisuais dos nove estados da Amazônia Legal – Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. O regulamento e o formulário de inscrição podem ser encontrados na bio do Instagram @labnegrasnarrativas (www.instagram.com/labnegrasnarrativas/) ou no site (www.apan.com.br/).
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie. Leia as perguntas mais frequentes para saber o que é impróprio ou ilegal.
Este site usa cookies para que possamos oferecer a melhor experiência de usuário possível. As informações de cookies são armazenadas em seu navegador e executam funções como reconhecê-lo quando você retorna ao nosso site e ajudar nossa equipe a entender quais seções do site você considera mais interessantes e úteis.
Cookies Estritamente Necessários
O cookie estritamente necessário deve estar ativado o tempo todo para que possamos salvar suas preferências de configuração de cookies.
Se você desativar este cookie, não poderemos salvar suas preferências. Isso significa que toda vez que você visitar este site, precisará habilitar ou desabilitar os cookies novamente.