Segundo a Polícia Civil, a investigação constatou que a arma encontrada no local foi fornecida por uma pessoa ainda não identificada. O resultado do laudo e o pedido de prisão foram apresentados na tarde desta quinta-feira (8/11), na sede da SSP-AM, onde também estavam o comandante-geral da PM, coronel Cláudio Silva, o corregedor-geral do Sistema de Segurança Pública, Hildelberto de Barros, o diretor do DPTC, Carlos Malom, e o delegado-geral adjunto da Polícia Civil, Ivo Martins.
“O laudo da balística nas armas concluiu que o projétil que atingiu o garoto partiu da arma do tenente. Isso aponta para a definição da autoria e para a questão da fraude”, afirmou o secretário de Segurança.
A prisão temporária foi solicitada ao Juiz Mauro Antony, da 3ª Vara do Tribunal do Júri, que deferiu os mandados de prisão dos policiais militares, Bruno Freitas e Ivanildo Rosas, por fraude processual.
Investigações complementares – A prisão dos policiais foi solicitada pela titular da 4ª Seccional Oeste, comandada pela delegada Rita Tenório, após a investigação confirmar que a arma encontrada no local foi plantada pelos policiais para simular a troca de tiros. A investigação aponta, ainda, a participação de outra pessoa que forneceu a arma, mas ela ainda não foi identificada. “Um inquérito já foi enviado para a Justiça, mas há investigações complementares, como é o caso da fraude processual”, disse Amadeu Soares.
As diligências da Polícia Civil concluíram que nenhum dos adolescentes estava armado e que não houve troca de tiros com a polícia. Segundo o delegado-geral adjunto, foi a partir das imagens das duas viaturas que atenderam a ocorrência que os investigadores conseguiram entender a dinâmica dos fatos no dia da morte do adolescente.
“A gente não sabe o motivo real do disparo, na medida em que não houve disparo por parte do Hering. Ainda mais agora pela constatação de que a arma foi plantada. Foi possível obter, por intermédio das imagens e dos áudios, que eles falavam com uma terceira pessoa solicitando o que se chama de cabrito, que no jargão popular é uma arma”, afirmou Ivo Martins.
De acordo com a delegada, a prisão temporária é imprescindível para a melhor instrução do inquérito policial, para que possa elucidar a autoria e participação nos crimes de homicídio e fraude processual e, com isso, esclarecer a dinâmica dos fatos, onde posteriormente será levado ao conhecimento do Ministério Público para que, assim entendendo, ofereça a ação penal.
O comandante-geral da PM afirmou que os policiais agiram com desvio de conduta por tentar alterar o local do crime.
O caso – O homicídio do adolescente ocorreu no dia 25 de outubro no bairro Santo Antônio, zona oeste. O jovem foi morto com um tiro nas costas durante o atendimento de uma ocorrência pela PM. Hering chegou a ser socorrido pelos policiais e levado ao Serviço de Pronto-Atendimento (SPA) do São Raimundo, mas acabou morrendo. No dia 30 de outubro, os policiais Erivelton de Oliveira Hermes e Francisco Adson Bezerra Rocha foram presos por envolvimento na morte do adolescente.
No dia 28 de outubro, o laudo residuográfico realizado pelo DPTC não encontrou presença de pólvora nas mãos do adolescente. Com o exame, a versão dos policiais, de que o jovem teria atirado contra eles, foi descartada. Dos quatro policiais militares, dois foram indiciados por homicídio e dois por fraude processual. “Estamos avaliando indicar os dois últimos por homicídio também, uma vez que o comportamento anterior deles contribuiu para a efetivação do resultado negativo”, explicou Ivo Martins.
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