Manaus, 24/04/2024

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‘Minha irmã está devastada, era o primeiro filho dela’, diz tia de bebê que morreu após batida de carros em Niterói

‘Minha irmã está devastada, era o primeiro filho dela’, diz tia de bebê que morreu após batida de carros em Niterói
26/12/2022 14h50

A tia de Davi, o bebê de um mês e quinze dias que morreu em um acidente de trânsito em Niterói na véspera do Natal, disse ao g1 que Yasmin Pelegrino, a mãe, está “devastada” com a morte do filho.

Cindy Marques disse que a irmã está tomando calmantes para dormir e que as madrugadas têm sido difíceis. Com o impacto, Yasmin também ficou ferida e precisou levar 20 pontos na cabeça.

“Minha irmã está devastada. Era o primeiro filho deles, planejado. Era o primeiro Natal deles em família.”

Yasmin, de 31 anos, e Vinícius Pelegrino são casados há 7 anos. Os dois moram na região oceânica de Niterói. Ele é comerciante, e ela trabalha em uma hamburgueria.

Segundo Cindy, além do motorista, mais quatro pessoas estavam no veículo que bateu no carro da irmã. Os quatro fugiram, sem prestar socorro.

O motorista, segundo ela, também tentou fugir, mas não conseguiu porque também precisou de atendimento médico.

O caso foi registrado na 81ª DP (Itaipu). Na delegacia, segundo Cindy, a família soube que esse não é a primeira vez que o motorista se envolve um acidente de trânsito com morte.

“É o segundo homicídio desse menino no trânsito, por embriaguez também. Tem registro na delegacia.”

Cindy contou que o policial que atendeu a ocorrência chegou a gravar com o motorista e que ele confessou ter bebido sete chopes depois de deixar o trabalho.

Na manhã desta segunda-feira (26), a família ainda aguardava a liberação do corpo de Davi no Instituto Médico Legal. O velório foi marcado para as 13h na capela A, no Cemitério Municipal de São Gonçalo, e o enterro às 16h.

A Polícia Civil informou que o motorista vai responder em liberdade por homicídio e lesão corporal culposos (veja a nota completa abaixo).

Ele foi identificado como Lucas Alves de Azeredo Araújo. Lucas tem 24 anos e trabalha como garçom. Segundo o delegado responsável pelo caso, ele disse em depoimento ter tomado sete chopes.

Lucas não foi autuado em flagrante porque o exame clínico do Instituto Médico Legal não constatou alteração na capacidade psicomotora.

“O caso foi registrado na 81ª DP (Itaipu). O condutor do automóvel foi ouvido e realizou exame de alcoolemia. O resultado constatou que ele havia ingerido bebida alcoólica, porém sem perda de capacidades psicomotoras. De acordo com a legislação vigente, o autor vai responder em liberdade por homicídio culposo na condução de veículo automotor e por lesão corporal culposa. Os agentes vão ouvir os pais da criança e realizam outras diligências para esclarecer os fatos. A investigação está em andamento a fim de determinar a responsabilidade criminal do condutor.”

A colisão

O comerciante Vinícius Pelegrino falou que tinha acabado de sair de uma loja em Niterói e estava voltando para casa pela Estrada Francisco da Cruz Neves. Andou cerca de 30 metros, em baixa velocidade, quando sentiu um forte impacto.

O carro que levava a mulher e o filho foi arremessado contra uma parede.

Vinícius disse que perdeu os sentidos momentaneamente e que, quando recuperou a consciência, viu a mulher segurando Davi, que antes estava na cadeirinha, no banco de trás, com dificuldade de respirar. Ele chegou a ser levado para o hospital, mas não resistiu.

“Meu carro devia estar a uns 20, 30 km por hora. Eu não consigo prever a velocidade, não consigo te dizer a velocidade que ele [o outro motorista] estava, mas ele estava [numa velocidade] muito grande porque ele me jogou a uns 8 a 10 metros para frente”, disse.

“No local do acidente ele informou para o cabo que tinha ingerido sete chopes. Saiu quatro e meia da tarde do trabalho e tinha ingerido sete canecas de chope.”

“Eu tenho vários sonhos na vida, mas o meu maior sonho é meu moleque, é meu filho. Hoje, ele foi tirado com um mês e quinze dias”, disse Vinícius.

Um médico que mora num condomínio próximo ao local do acidente prestou os primeiros socorros e atendeu a mãe e a criança, mas disse que o bebê precisava ser levado com urgência ao hospital.

A família foi então para o Hospital Municipal Mário Monteiro, junto com o médico, e de lá o bebê foi transferido para o Hospital Getulinho, onde acabou morrendo.

Segundo Vinícius, o momento mais difícil foi contar para a mãe que estava em atendimento médico que o bebê não tinha resistido aos ferimentos.

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