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Morre adolescente iraniana que teria sido agredida pela polícia da moralidade

Morre adolescente iraniana que teria sido agredida pela polícia da moralidade
29/10/2023 14h30

Uma adolescente iraniana que entrou em coma após ter sido supostamente agredida pela polícia da moralidade do país por não usar hijab, uma espécie de lenço na cabeça, morreu, segundo a imprensa estatal iraniana.

“Infelizmente, o dano cerebral fez com que a vítima passasse algum tempo em coma e ela morreu há poucos minutos”, disse o comunicado da IRNA.

No início desta semana, Armita teve “morte cerebral” declarada, apesar dos esforços da equipe médica para salvá-la.

Armita Geravand, de 16 anos, foi hospitalizada com ferimentos na cabeça após suposto ataque em uma estação de metro em Teerã no início deste mês, segundo ativistas.

O caso aconteceu poucas semanas depois de o Irã ter aprovado uma legislação que impõe penas muito mais severas às mulheres que violam as já rigorosas regras de utilização do hijab do país.

No início de outubro, a Organização Hengaw para os Direitos Humanos, com sede na Noruega, que se concentra nos direitos curdos, afirmou que Geravand foi “agredida” pela polícia da moralidade e entrou em coma.

Outra rede de oposição, a IranWire, pontuou que ela foi internada com “traumatismo craniano”.

Awyer Shekhi, funcionária da Hengaw, ressaltou anteriormente à CNN que policiais mulheres da moralidade abordaram Geravand perto da estação de metrô Shohada e pediram que ela ajustasse seu hijab.

“Este pedido resultou em uma altercação com os policiais da moralidade, que agrediram fisicamente Geravand. Ela foi empurrada, levando ao seu colapso”, disse Shekhi.

A CNN não conseguiu verificar as informações publicadas por Hengaw e Iranwire de forma independente, organizações que no passado cobriram extensivamente os protestos iranianos.

As autoridades iranianas negaram as acusações, alegando que Geravand foi hospitalizada devido a um ferimento causado por pressão arterial baixa.

Os amigos e familiares da jovem repetiram essa informação em entrevistas a meios de comunicação estatais, embora não esteja claro se foram coagidos a isso.

Funcionários da ONU e grupos de direitos humanos acusaram anteriormente as autoridades iranianas de pressionarem as famílias dos manifestantes mortos a fazerem declarações de apoio à narrativa do governo.

O Parlamento do Irã aprovou em setembro a chamada “lei do hijab” sobre o uso de vestuário, que, se violado, pode levar até 10 anos de prisão, após o primeiro aniversário dos protestos em massa desencadeados pela morte de Mahsa Amini.

Amini, uma mulher curda-iraniana de 22 anos, morreu em setembro do ano passado após ter sido detida pela polícia da moralidade do regime, supostamente por não respeitar o código de vestimenta conservador do país.

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