Manaus, 20/05/2024

Amazonas

MOVIMENTO DE EMPRESAS PRIVADAS CRIA POLO DE PROJETOS SUSTENTÁVEIS NA AMAZÔNIA

MOVIMENTO DE EMPRESAS PRIVADAS CRIA POLO DE PROJETOS SUSTENTÁVEIS NA AMAZÔNIA
27/07/2020 15h54

Em meio a crescente onda de cobranças pelo controle ambiental no País, o senador Plínio Valério (PSDB-AM) considerou um grande avanço, e uma novidade, o envio ao governo de 10 propostas de parceria privada para a criação de uma economia verde na Amazônia.

As sugestões de projetos sustentáveis que podem criar até 500 mil empregos na região, foram entregues ao vice-presidente, Hamilton Mourão, por representantes dos três maiores bancos do País , empresários de diversos setores e especialistas em meio ambiente . Segundo reportagem do Jornal O Estado de São Paulo, a ideia unânime é usar , nesses projetos, recursos da floresta sem derrubá-la.

O movimento , que recebeu o reforço de dirigentes do Bradesco, Itaú e Santander , prevê um plano com dez propostas que vão do estímulo às monoculturas sustentáveis, por meio de linhas de financiamento, ao plano de atrair investimentos que promovam parcerias e o desenvolvimento de tecnologias voltadas à bioeconomia.

No ano passado ele intermediou reuniões entre técnicos do BNDES e representantes do governo do Amazonas na tentativa de alavancar financiamento para a implementação do ousado projeto do Polo Tecnológico do Vale do Rio Negro. Mas por falta de apoio financeira, o projeto da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e Universidade do Estado do Amazonas (UEA) não foi para a frente. O Acordo de Cooperação Técnica, o primeiro passo concreto para que o Polo Tecnológico, chamado de “nosso Vale do Silício” , tinha estimativa de custo total de R$1.2 bilhão .

Pelo projeto, o polo terá matriz tecnológica com zero impacto ambiental, para gerar empregos e projetar a Amazônia para o mundo com o apelo da floresta em pé.

_Vamos dar um crédito de confiança e louvor no sentido de que vai se tornar realidade essa agenda público privada que pode transformar a Amazônia em um polo de desenvolvimento sustentável, para nos tirar do injusto mapa dos devastadores do meio ambiente. Agora sim, finalmente as grandes empresas e instituições privadas entenderam que tem que fazer uma parceria e ajudar , não só jogar todas as soluções nas mãos do governo , da viúva, nas mãos de prefeitos e governadores. Sempre defendemos que o emprego é que irá tirar o amazônida da moto serra. O caminho é por aí . Temos as soluções nas mãos, basta que a gente se entenda , que reconheça que é preciso trabalhar em conjunto .

Plínio destacou que a descoberta recente das grandes empresas , sobre a necessidade de se investir na bioeconomia na Amazônia para fugir da ameaça de boicote internacional , ele e os amazonenses já sabiam , mas sempre faltou foi apoio para colocar esses projetos em prática . Ele fez um apelo para que Mourão e os cabeças desse movimento na iniciativa privada valorizem pesquisas já existentes de pesquisadores do Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA), com quem debateu recentemente; das secretarias do Meio Ambiente do governos da região, das universidades , Instituto de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e APAAM .

_ Por favor, não caiam na besteira de buscar assessoria com nenhuma ONG estrangeira. Temos órgão muito capacitados, conhecimentos e pesquisas necessárias para ajudar a colocar essa agenda em prática. Temos que apoiar o Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA), que havia se transformado em um elefante verde, mas agora com esse novo superintendente, está andando , eles tem muita pesquisa nessa área e precisam de ajuda também . Não precisa buscar ajuda de expertise lá fora, entregar na mão de ONGs estrangeiras. Nós temos a solução por aqui, que busquem parceria com a Suframa, CBA e outros órgãos de pesquisa que conhecem nossa realidade _ defendeu Plínio.

O senador do Amazonas citou a prática secular e recorrente do roubo e contrabando ao exterior de matérias-primas da Amazônia. O livro “O ladrão do Fim do Mundo” relata que , em 1876,o inglês Henry Wickham roubou 70 mil sementes de seringueira da floresta amazônica e levou-as para a Inglaterra vitoriana. Essas sementes plantadas em colônias inglesas ,destruíram o monopólio do Brasil sobre a borracha.

_ O roubo da seringueira é só um exemplo do roubo secular de nossas riquezas. O ladrão foi condecorado pela rainha da Inglaterra , se tornou Sir pelo roubo que acarretou o fim do monopólio da borracha pelo Brasil. E vem sendo assim até hoje, com a versão moderna . Não podemos mais ficar nessa de exportar e deixar que levem nossa matéria-prima . A gente tem que agregar valor e produzir aqui mesmo _ alertou Plínio.

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