Manaus, 16/04/2024

Mundo

OMS pede para Brasil avaliar os riscos de sediar a Copa América

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação
07/06/2021 19h30

A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse nesta segunda-feira (7) que os países onde a transmissão comunitária do coronavírus continua devem ter certeza de que possuem um sistema de avaliação e gestão de riscos para organizar eventos em massa de qualquer tipo. A declaração foi feita enquanto o diretor de Emergências de Saúde da OMS, Michael Ryan, comentava sobre a realização da Copa América no Brasil.

– Aconselhamos que qualquer país que organize um evento de massa, especialmente onde haja transmissão comunitária, certifique-se de que tem uma gestão de risco adequada e quando isso não pode ser garantido, os países devem reconsiderar a sua decisão – disse o diretor de Emergências de Saúde da OMS, Michael Ryan.

A decisão do presidente Jair Bolsonaro de aceitar que as partidas da Copa América sejam disputadas no país gerou uma grande polêmica, em um momento em que o Brasil continua sendo a segunda nação do mundo com mais casos e mortes semanais por Covid-19, atrás somente da Índia em números absolutos.

Ryan recordou que os grandes eventos esportivos são especialmente complexos, exigem muita preparação e um bom gerenciamento de riscos e que, mesmo que essas condições sejam atendidas, o risco nunca será zero.

– A OMS não pode tomar decisões por governos ou comitês organizadores. Fazemos uma avaliação de risco e aconselhamos sobre eventos de grande porte quando nos pedem, sejam religiosos, esportivos ou outros – comentou.

Michael Ryan reiterou que os países são soberanos nas suas decisões, mas insistiu que se quiserem receber eventos onde haverá multidões, devem ter a capacidade de medir e gerir os riscos envolvidos, o que evitará que se torne um foco de transmissão da Covid-19.

Também nesta segunda, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse que a tendência global de diminuição do número semanal de casos e mortes por Covid-19 continua, mas essa melhora não é geral e agora a pandemia evolui em duas velocidades, dependendo dos países e regiões.

Assim, por exemplo, enquanto as mortes diminuíram em todo o mundo, aumentaram na última semana nos continentes americano e africano, além da região da Ásia-Pacífico.

Ele repetiu o conselho que a OMS vem transmitindo aos países durante semanas e meses, de não suspender rapidamente as medidas preventivas, apesar de ter alcançado uma elevada taxa de imunização entre sua população.

Além disso, sugeriu que tal decisão fosse feita de acordo com o nível de transmissão do coronavírus, as variantes em circulação e a capacidade de resposta do sistema sanitário.

– A suspensão das medidas muito rapidamente pode ser desastrosa para aqueles que ainda não foram vacinados – disse Tedros.

COMENTÁRIOS

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie. Leia as perguntas mais frequentes para saber o que é impróprio ou ilegal.