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Onze anos depois, a Síria continua sendo a maior crise de deslocamento forçado do mundo

Onze anos depois, a Síria continua sendo a maior crise de deslocamento forçado do mundo
15/03/2022 13h30

A Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) faz um apelo ao mundo para que não esqueça ou negligencie as crescentes necessidades dos sírios deslocados dentro e fora do país

A Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) faz um apelo ao mundo para que não esqueça ou negligencie as crescentes necessidades dos sírios deslocados dentro e fora do país, 11 anos desde o início da crise.

A Síria continua sendo a maior crise de deslocamento forçado do mundo. Mais de 13 milhões de pessoas fugiram do país ou estão deslocadas dentro do país.

Saiba mais sobre a situação na Síria e nos países vizinhos – e como ajudar famílias refugiadas

Os países vizinhos e próximos precisam de apoio internacional contínuo, tendo recebido generosamente mais de 5,6 milhões de refugiados sírios – a grande maioria dos deslocados em todo o mundo. Esses países estão sob crescente pressão financeira, especialmente devido ao impacto socioeconômico devastador da pandemia de COVID-19. Refugiados e comunidades de acolhida foram duramente atingidos, perdendo meios de subsistência e enfrentando aumento de preços de alimentos e outras necessidades.

Hoje, a maioria das pessoas refugiadas sírias na região vive na pobreza. As perspectivas são terríveis para as mais vulneráveis, como mães solteiras, crianças que vivem sem cuidados e pessoas com deficiência. A situação é particularmente difícil no Líbano, onde mais de 90% dos sírios vivem em extrema pobreza, juntamente com um número crescente de pessoas das comunidades que os acolhem.

As crianças estão abandonando a escola para trabalhar. Os casamentos precoces estão em alta, especialmente entre as famílias mais pobres. As melhorias no acesso à educação e aos cuidados de saúde correm o risco de serem perdidas.

A situação seria ainda pior, mas alguns países de acolhida têm tomado medidas positivas, como permitir o acesso dos refugiados ao mercado de trabalho, cuidados de saúde pública e uma série de outros serviços. Isso foi alcançado apesar do grande número de refugiados hospedados nesses países. A Turquia continua a abrigar a maior população de refugiados do mundo, incluindo mais de 3,7 milhões de sírios, enquanto o Líbano e a Jordânia estão entre os países com o maior número de refugiados per capita globalmente.

Enquanto isso, as necessidades humanitárias dentro da Síria estão aumentando. Mais de 6,9 milhões de pessoas ainda estão deslocadas dentro do país e 14,6 milhões de pessoas precisam de ajuda humanitária e outras formas de assistência. Cerca de 5,9 milhões de pessoas precisam de ajuda para garantir acomodações seguras, e muitas ainda enfrentam desafios para acessar serviços básicos como educação e saúde.

Em 2021, três quartos de todas as famílias do país disseram não conseguir atender às suas necessidades mais básicas – 10% a mais do que no ano anterior.

No entanto, alguns sírios optam por voltar para casa. Em 2021, o ACNUR verificou ou monitorou o retorno de cerca de 36 mil refugiados à Síria. Os refugiados citam vários fatores em sua decisão de retornar ou não, como segurança, direitos de propriedade e oportunidades de subsistência. Paralelamente, muitos sírios deslocados internamente voltaram para casa, aumentando as necessidades gerais de reintegração.

Soluções políticas são urgentemente necessárias para acabar com 11 anos de sofrimento. Há também a necessidade de aumentar as oportunidades de reassentamento para os refugiados sírios mais vulneráveis.

O ACNUR pede aos doadores internacionais que estendam o apoio aos refugiados e seus anfitriões e atendam às necessidades humanitárias urgentes dentro da Síria, inclusive para os deslocados internos, suas comunidades anfitriãs e retornados.

No ano passado, menos da metade do financiamento necessário para o Plano Regional de Refugiados e Resiliência para responder à crise de refugiados na Síria foi recebida.

Dentro da Síria e à medida que as necessidades crescem, as organizações humanitárias exigem urgentemente os recursos necessários para fortalecer seu trabalho dentro do país. O ACNUR recebeu sete por cento dos US$ 465,2 milhões necessários para seu trabalho na Síria em 2022.

Um momento decisivo para os países demonstrarem seu compromisso será a conferência de doadores “Apoiando o Futuro da Síria e da Região”, em maio, reunindo apoio para refugiados e comunidades anfitriãs na região, bem como para pessoas necessitadas na Síria.

Faça uma doação hoje para ajudar pessoas em vulnerabilidade na Síria ou países vizinhos

Este é um resumo do que foi dito pelo porta-voz do ACNUR Boris Cheshirkov – a quem o texto citado pode ser atribuído – na coletiva de imprensa de hoje no Palácio das Nações em Genebra.

Para ler o texto completo no site do ACNUR, clique aqui.

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