Manaus, 19/04/2024

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Operação contra garimpeiros destrói quatro aeronaves, trator e seis balsas em uma semana na Terra Yanomami

Operação contra garimpeiros destrói quatro aeronaves, trator e seis balsas em uma semana na Terra Yanomami
14/02/2023 11h50

A operação contra garimpeiros na Terra Indígena Yanomami já destruiu quatro aeronaves, um trator de esteira e seis balsas usadas pelos invasores ilegais dentro do território. Os números são de ações até esta segunda-feira (13), primeira semana de trabalho na região.

A operação que visa retomar o controle do território invadido por garimpeiros, responsáveis pela crise humanitária enfrentada pelo povo Yanomami, ocorre em força-tarefa que envolve fiscais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Força Nacional de Segurança Pública, Polícia Federal e Ministério da Defesa.

Entre as aeronaves destruídas estão três aviões e um helicóptero que havia sido modificado para fazer o transporte de insumos aos invasores e estava camuflado próximo a um acampamento de garimpo.

Além disso, nesta uma semana de operação, ficais apreenderam quatro barcos com motor de popa, seis mil litros de combustível e dois geradores – todo esse material foi entregue à Funai.

Também foram apreendidas e inutilizadas 12 toneladas de cassiterita, um dos minérios extraídos ilegalmente da Terra Yanomami.

As balsas destruídas estavam no rio Uraricoera, principal via de acesso usada pelos invasores para invadir da Terra Indígena. A ação mais ofensiva contra os garimpeiros é feita por fiscais do Ibama que atuam no Grupo Especializado de Fiscalização (GEF).

Para impedir que garimpeiros entrem no território Yanomami com suprimentos e insumos, outras equipes do Ibama atuam numa base de controle instalada no rio Uraricoera, no porto de Palimiú – é neste ponto que barqueiros podem pegar autorização para buscar garimpeiros que ainda estão irregularmente na região.

Com a presença de fiscalização dentro da Terra Yanomami, os invasores tem fugido pela floresta e rios e deixado para trás os equipamentos usados na destruição meio ambiente. Ao encontrá-los abandonados, os fiscais do Ibama os destroem.

A operação ocorre com foco na destruição de toda estrutura usada pelos garimpeiros e para interromper o envio de suprimentos para o garimpo e o possível escoamento do minério extraído ilegalmente.

A ação faz parte da ofensiva iniciada em 20 de janeiro, quando o governo federal decretou emergência de saúde pública para atender indígenas da etnia Yanomami.

Maior território indígena do país, a Terra Yanomami enfrenta uma crise humanitária e sanitária sem precedentes. Indígenas, entre crianças e adultos, enfrentam quadro severos de desnutrição e malária.

Desde que começou a movimentação de repressão ao garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami, garimpeiros começaram a fugir do território. A estimativa é que ao menos 20 mil garimpeiros estejam no território Yanomami, onde vivem cerca de 30 mil indígenas. A meta é retirar todos os invasores e identificar os financiadores da atividade ilegal que causa destruição sem precedentes ao meio ambiente e à vida dos Yanomami.

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