Manaus, 29/03/2024

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Operação policial confirma 50 casos de violência contra idosos no AM

Operação policial confirma 50 casos de violência contra idosos no AM
08/09/2022 11h10

Voltada a apuração de denúncias de violência contra idosos, a Operação Vetus confirmou 50 casos em Manaus, Iranduba e Novo Airão em duas semanas de fiscalizações realizadas sob a coordenação da equipe da Delegacia Especializada em Crimes contra Idosos (DECCI), da Polícia Civil. No ano, seis pessoas foram presas em decorrência de crimes praticados contra pessoas da terceira idade em Manaus.

Para chegar aos casos, a denúncia de vizinhos e familiares é fundamental, alerta a delegada Andrea Nascimento, titular da DECCI. O relato de suspeitas pode ser feito de forma anônima através do disque-denúncia da Secretaria de Segurança Pública (SSP-AM), o 181, ou pelo Disque 100. Em situações urgentes a população deve ligar para o 190, para que a Polícia Militar realize o flagrante.

Autoridades policiais aconselham que vizinhos ou até mesmo parentes que suspeitem que algum idoso está sendo maltratado, ou está tendo seus benefícios desviados, o que configura uma apropriação de bens da pessoa idosa, devem realizar denúncias anônimas pelos canais disk 100 ou 181.

Segundo dados da SSP-AM, de janeiro a junho deste ano, foram registrados 3,5 mil casos de violência contra a população acima de 65 anos em Manaus. Casos de furto e estelionato lideram o ranking.

A delegada Andrea Nascimento explica que quando é constatado que o idoso está sofrendo maus-tratos, dependendo do crime, são instaurados procedimentos criminais. Também é realizada uma integração de toda a rede de proteção do idoso para um trabalho mais efetivo.

“Nós contamos, diariamente, com a equipe do Centro Integrado de Proteção e Defesa da Pessoa Idosa (CIPDI), órgão da Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc), que faz um atendimento psicossocial, na sede da delegacia, em um prédio anexo. Eles auxiliam nesse atendimento e, se houver necessidade, o encaminhamento da pessoa idosa para outros órgãos, como por exemplo o Centro de Referência de Assistência Social (Cras), Defensoria Pública ou para Centros de Atenção Psicossocial (Caps)”, disse.

A delegacia fica responsável pela parte criminal de verificar a procedência das denúncias e a instauração dos procedimentos criminais. A Sejusc com a parte de atendimentos psicológicos e de assistência social. É feita também uma verificação, um relatório social de vida da pessoa idosa e os acompanhamentos necessários para os outros órgãos de proteção.

No caso de não serem encontrados familiares das vítimas de maus-tratos denunciadas por terceiros, a delegada fala sobre quais procedimentos são tomados, e exemplifica com caso da idosa de 81 anos, moradora do bairro Lírio do Vale, atendida em uma das visitas após denúncias anônimas.

“Nós oferecemos a idosa uma possível institucionalização na fundação Dr. Thomas. Em um primeiro momento, ela disse que não queria sair da casa, que ela desejava ficar na casa dela, mas nós vamos acionar a equipe do Programa de Atendimento Domiciliar (PDA) para eles irem até a residência da idosa conversar com ela e mostrar os benefícios de uma possível institucionalização, pois lá ela estará recebendo todo o amparo de fisioterapia, atendimento médico, também morando em condições de vida melhores”, disse.

Outro caso de uma possível vítima de maus-tratos é de uma idosa de 84 anos, moradora do bairro Dom Pedro, na zona centro-oeste de Manaus.

“Realizamos uma terceira diligência na residência dessa idosa porque, em um primeiro momento, foi detectado que a denúncia era procedente. No decorrer dessas novas diligências da instauração do inquérito na delegacia, nós verificamos uma melhora nos cuidados para com essa idosa, por parte da família. Inclusive, hoje, ela tem uma cuidadora contratada, já não fica mais sozinha, que era um dos pontos da denúncia. Os procedimentos foram instaurados, o inquérito foi instaurado e as partes estão sendo ouvidas para posteriormente remetermos à justiça”, conta.

Operação Vetus

A operação ocorre desde o dia 22 de agosto e vai até 22 de setembro em âmbito nacional, sob coordenação do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), por meio da Secretaria de Operações Integradas (Seopi), envolvendo todos os estados da federação e o Distrito Federal. Está na sua terceira edição.

Desde o início da operação, mais de 50 denúncias já foram constatadas na capital e em dois municípios do interior, Iranduba e Novo Airão.

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