Manaus, 23/04/2024

Brasil

Pequena Cientista: Menina de 10 anos é a mais jovem a ter artigo publicado no Brasil

Mariana durante observação da densidade das moedas — Foto: Arquivo pessoal
Mariana durante observação da densidade das moedas — Foto: Arquivo pessoal
28/04/2023 10h50

O experimento de uma garota de 10 anos virou artigo em uma revista científica nacional. Moradora de Limeira (SP), Mariana Bueno de Paula Tamani fez uma análise de moedas falsas da época do Brasil colônia.

O artigo de três páginas “Uma Conversa Além do Cofrinho” foi publicado na revista Ciência Hoje, voltada ao público infantil e coordenada por universidades do Rio de Janeiro.

“A ciência é muito importante para todas as pessoas e ajuda em muitas coisas importantíssimas. Por exemplo, se não fossem os cientistas a gente não saberia sobre a Covid-19”, explica a estudante.

Para debutar na ciência, Mariana teve a orientação de Yuri Meyer, professor de física e pesquisador de pós-doutorado na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

“Meu trabalho como orientador é justamente ensinar os passos da metodologia científica para ela. E foi isso que ela seguiu para que nós tivéssemos um resultado científico a respeito da temática dela”, explica o orientador.

Trabalho de pesquisa também envolveu análises em balança de precisão e equações — Foto: Arquivo pessoal
Trabalho de pesquisa também envolveu análises em balança de precisão e equações — Foto: Arquivo pessoal

O trabalho da jovem cientista envolveu uma moeda verdadeira de 640 réis da época do Brasil colônia, que tem preços entre R$ 800 a R$ 5.000 por unidade no mercado de colecionadores. Porém, a falsificada é muito parecida.

Para diferenciar uma da outra, Mariana usou a estrutura do próprio laboratório que tem em casa. A primeira etapa foi a análise no microscópio, para ver as características da corrosão. Depois, as moedas foram levadas para a água, para verificar a densidade.

“As duas moedas têm densidades muito próximas, por isso que ambas afundaram [nos recipientes com água]. Mas quando você olha na balança de precisão, você percebe que a verdadeira tem mais metal, então é mais densa”, detalha a pequena pesquisadora.

Equações físicas também foram necessárias para chegar ao resultado. “Eu usei o método de Arquimedes e fiz também anotações sobre as diferenças de cada uma”, acrescenta.

Microscópio foi utilizado para analisar níveis de corrosão — Foto: Toni Mendes/ EPTV

Ela aprendeu matérias que só iria ver mais tarde na escola. Um esforço pela ciência recompensado com o artigo. “Eu gosto dessas revistas de circulação nacional porque espalham a ciência para as crianças, adolescentes, adultos e idosos”, conta.

A conquista também gerou orgulho na família. “Ficou todo mundo muito feliz porque é uma coisa que a gente valoriza muito. É uma revista que eu conheço há muitos anos, meus sobrinhos liam essa revista e para a Mariana eu assino desde que ela começou a ler”, conta a mãe de Mariana, Raquel Bueno de Paula Tamani.

Além disso, a ciência está no DNA da família. “Meu pai é agrônomo, se formou em 65, fez mestrado em Michigan. Minha mãe se formou em 65 e era a única mulher da turma dela em agronomia, se formou em primeiro lugar, fez mestrado e doutorado e seguiu a área de pesquisa de solo. Acho que está no DNA, mas também teve muito estímulo e vivência. A gente gosta muito de ler”, acrescenta Raquel.

E a música deve ser o tema para um dos próximos artigos de Mariana, que quer seguir carreira como astrofísica ou química.

“O tio Yuri toca violino e eu toco piano e flauta. E matemática e música têm muita relação”, justifica.

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