Manaus, 18/05/2024

Celebridades

Polícia atribui a pilotos culpa por acidente que matou Marília Mendonça

Pilotos e técnico da Cenipa colhem pistas do avião que caiu causando a morte da cantora Marília Mendonça e mais quatro pessoas — Foto: Carlos Eduardo Alvim/TV Globo
Pilotos e técnico da Cenipa colhem pistas do avião que caiu causando a morte da cantora Marília Mendonça e mais quatro pessoas — Foto: Carlos Eduardo Alvim/TV Globo
04/10/2023 13h30

A Polícia Civil de Minas Gerais atribuiu a responsabilidade da queda de avião que matou Marília Mendonça e outras quatro pessoas aos pilotos da aeronave. A informação foi incluída na conclusão do inquérito sobre o acidente aéreo, que foi apresentada nesta quarta-feira (4). A aeronave caiu em novembro de 2021, em Piedade de Caratinga, região Leste de MG.

Marília Mendonça morreu no auge de sua carreira, em novembro 2021 — Foto: Divulgação

De acordo com o delegado de Caratinga, Ivan Lopes, a investigação constatou que houve negligência e imprudência por parte dos pilotos. Lopes informou que não foi feito contato com outros profissionais antes de ser realizado o pouso no aeródromo, que era desconhecido pelos pilotos. Este tipo de contato é a conduta comum nesse tipo de procedimento.

Segundo o delegado, a investigação também descartou várias outras possibilidade, como falha mecânica, mal súbito ou até mesmo um possível atentado.

A polícia considerou ter havido homicídio culposo (quando não há intenção de matar) triplamente qualificado por parte do piloto e do copiloto, com a extinção da punibilidade, já que eles faleceram. Por isso foi sugerido o arquivamento do caso.

Cenipa descartou falha mecânica

Em maio deste ano, o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), da Força Aérea Brasileira, apresentou um relatório descartando falha mecânica e apontando que ‘avaliação inadequada’ do piloto contribuiu no acidente que matou Marília Mendonça. O delegado explicou que não cabe ao Cenipa apontar a autoria e sim colaborar na prevenção de novos acidentes

De acordo com o relatório, os cabos de alta tensão estavam abaixo da linha de visão dos pilotos já que, no momento do impacto, sua atenção estava direcionada para a pista de pouso. Também segundo o documento, os equipamentos de energia tinham baixo contraste com a vegetação do entorno, reduzindo a percepção a grandes distâncias.

No entanto, conforme as investigações, não havia necessidade de sinalização da estrutura, uma vez que a linha de transmissão estava fora da zona de proteção do aeródromo e das superfícies de aproximação ou decolagem e tinha altura inferior a 150 metros – 38,5 metros. Por isso, segundo o Cenipa, “não representava um efeito adverso à segurança”.

Caso Marília Mendonça: esferas de sinalização são colocadas em cabos da torre de energia onde avião da cantora bateu, em MG — Foto: Geórgia Marques
Caso Marília Mendonça: esferas de sinalização são colocadas em cabos da torre de energia onde avião da cantora bateu, em MG — Foto: Geórgia Marques

Mesmo assim, no dia 1º de setembro, a Cemig, que é a companhia de energia de Minas Gerais, instalou uma esfera de sinalização no cabo de uma torre de distribuição da empresa, onde o avião bimotor caiu. A instalação da esfera foi uma recomendação, em caráter excepicional, da Cenipa e do Comando Aéreo. De acordo com a Cemig, a recomendação foi atendida ainda que não houvesse “um fundamento legal e técnico, conforme reconhecido pelas duas instituições”.

O acidente

No dia 5 de novembro de 2021, a aeronave que transportava a equipe de Marília Mendonça caiu em Piedade de Caratinga.

O avião estava em situação regular e tinha autorização para fazer táxi aéreo. A aeronave decolou do Aeródromo Santa Genoveva, em Goiânia (GO), às 16h02min. O grupo voava em direção à cidade de Caratinga, onde a artista faria um show naquela noite.

Além de Marília Mendonça, morreram no acidente o piloto Geraldo Medeiros, o copiloto Tarciso Viana, o produtor Henrique Ribeiro e o tio e assessor da cantora, Abicieli Silveira Dias Filho. De acordo com a Polícia Civil, todos foram vítimas de politraumatismo contuso.

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