Manaus, 19/04/2024

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Polícia Civil abre investigação para apurar suposto estelionato de projeto social que pede doações via PIX para marmitas

Polícia Civil abre investigação para apurar suposto estelionato de projeto social que pede doações via PIX para marmitas
28/09/2022 12h20

A Polícia Civil informou nesta quarta-feira (28) que iniciou uma investigação para apurar um suposto golpe e crime de estelionato via redes sociais de um projeto social que pede doações para aquisição de marmitas para pessoas necessitadas. A suspeita é que caso estaria ocorrendo em Blumenau, no Vale do Itajaí, e o dinheiro seria arrecadado via PIX.

O caso ganhou repercussão nas redes sociais após suposta doação de carne estragada ser publicada por uma das criadoras do “Alimentando Necessidades”. A publicação viralizou nos últimos dias e internautas passaram a utilizar o termo “marmitagate”.

O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) confirmou que recebeu duas representações sobre o caso. O contexto das denúncias, no entanto, não foi detalhado (outros órgãos também se manifestaram. Veja mais abaixo).

A reportagem entrou em contato com Eduarda Poleza, jovem que se identifica nas redes sociais como responsável pelo projeto nesta quarta-feira. Não houve retorno.

Na terça-feira (27), o g1 SC já havia questionado a mulher sobre as denúncias levantadas nas redes sociais e que seriam apuradas pelas autoridades. Em resposta, disse que não havia sido notificada, mas que estava tranquila. Reafirmou também, que o projeto existe.

“Não fomos notificados ainda. Eu tô muito tranquila, acredito que quem não deve não teme, a respeito dos diversos crimes de calúnia, difamação e danos morais, com certeza medidas serão tomadas. pessoas tiram a própria vida por causa disso”. disse.

Investigação

Um boletim de ocorrências sobre o caso foi feito após a repercussão do caso nas redes sociais. Ainda, segundo o delegado Felipe Orsi, responsável pela apuração, há indícios de fraudes, mas a preocupação da Polícia Civil é confirmar se realmente valores arrecadados estavam sendo destinados à doação.

“Os indícios de fraude consistem em fotos divulgadas pela Ong, nas quais há uma certa divergência entre datas”, disse. “E também porque, uma das arrecadadoras dos valores, supostamente estava usando um perfil fake (falso). Então, era uma pessoa que não condizia com a pessoa da foto”, disse.

Ainda, segundo Orsi, ainda não há estimativa do total de pessoas supostamente lesadas. Em comunicado, a Polícia Civil orientou, ainda, as pessoas a buscarem se certificar da veracidade e da efetividade das entidades que solicitam doações.

Em nota, o órgão informou que o modus operandi do grupo investigado “consistia em pedir quantias em dinheiro, que seriam destinadas à compra de alimentos para pessoas necessitadas, mas os valores seriam desviados para benefícios próprios”.

O que dizem órgãos e entidade da cidade?

A prefeitura e a Assistência Social de Blumenau, cidade onde o projeto social ocorreria, também foram procuradas pela reportagem do g1SC. As entidades disseram, na segunda-feira (26), que não havia nenhuma denúncia recebida ou apuração aberta para identificar a veracidade do projeto.

Ainda, de assessoria do município, o projeto social não é cadastrado na Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (Semudes) e nem recebe recursos junto à prefeitura.

A Arquidiocese de Blumenau, por meio do padre Raul Kestering, afirmou que não tem conhecimento do “Alimentando Necessidades” no município.

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