Manaus, 16/04/2024

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Polícia da Espanha prende sete pessoas por racismo e crime de ódio em Valência e Madri

Polícia da Espanha prende sete pessoas por racismo e crime de ódio em Valência e Madri
23/05/2023 09h10

A polícia espanhola confirmou nesta terça-feira (23) a prisão de sete pessoas envolvidas em casos de racismo e crimes de ódio contra Vinicius Jr., sendo três delas ligadas às manifestações deste domingo (21), em Valência, quando a partida entre Valencia e Real Madrid precisou ser paralisada após gritos de “macaco” direcionados ao brasileiro no Estádio Mestalla.

“A Polícia Nacional deteve hoje três jovens em Valência por comportamento racista ocorrido no passado domingo no jogo entre Valencia e Real Madrid”, anunciou o órgão.

Além das três detenções na cidade de Valência, outras quatro pessoas foram presas em Madri em decorrência de um caso de crime de ódio também envolvendo Vinicius Jr., que teve um boneco com sua camisa pendurado em uma ponte em janeiro.

As detenções acontecem um dia depois de Luis Rubiales, presidente da Federação Espanhola de Futebol afirmar que o país “atravessava um problema com o racismo”.

Uma investigação por crime de ódio foi aberta depois que um boneco vestindo a camisa 20, de Vinicius Jr., foi pendurado em uma ponte em frente ao centro de treinamento do Real Madrid, e junto a uma faixa com as cores vermelha e branca do Atlético de Madrid, contando com os dizeres “Madrid odeia o Real”.

As prisões ocorreram um dia depois que o chefe da federação de futebol, Luis Rubiales, disse que o futebol espanhol tem um problema de racismo, após uma denúncia de crime racial apresentada pelo Real Madrid.

Depois que ofensas raciais foram dirigidas ao jogador do Real Madrid durante a partida contra o Valencia, no domingo, Vinicius Jr. usou suas redes sociais para classificar o gesto como algo “desumano”, e pediu aos patrocinadores e emissoras que responsabilizassem a LaLiga.

Entre os quatro homens presos pelo suposto crime de ódio, três são membros ativos de um “grupo radical de torcedores de um clube de Madri”, disse a polícia. Eles foram previamente identificados durante partidas de futebol e classificados como “alto risco” para ajudar a prevenir a violência no esporte, disseram os oficiais.

A LaLiga, a principal liga de futebol do país, está sob pressão para fazer mais para combater o racismo após o tema tomar relevância mundial, com manifestações dentro de fora do mundo do esporte.

A organização afirmou em comunicado na terça-feira que “de acordo com a lei espanhola, a LaLiga só pode detectar e denunciar, mas não sancionar”, e instou as autoridades espanholas a dotarem-na de “poderes sancionatórios para poder combater o racismo mais efetivamente”.

“LaLiga sente uma tremenda frustração com a falta de sanções e condenações por parte dos órgãos disciplinares esportivos, administrações públicas e órgãos jurisdicionais aos quais são feitas reclamações”, diz o comunicado da LaLiga, que diz que entrará com um pedido formal de modificação da lei esportiva.

As sanções no futebol espanhol são tratadas pelo Comitê de Competição da Federação Espanhola de Futebol (RFEF).

O incidente do boneco ocorreu antes de o Real Madrid receber o Atlético de Madrid nas quartas de final da Copa do Rei, no final de janeiro.

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