Manaus, 29/03/2024

Amazonas

PROGRAMA PRIORITÁRIO DE BIOECONOMIA CONECTA INVESTIDORES COM INOVAÇÕES PARA O COMNATE À COVID-19

PROGRAMA PRIORITÁRIO DE BIOECONOMIA CONECTA INVESTIDORES COM INOVAÇÕES PARA O COMNATE À COVID-19
10/08/2020 13h29

Conectar pesquisadores a empresas investidoras para impulsionar soluções para a exploração sustentável da maior floresta tropical do planeta é o objetivo do Programa Prioritário de Bioeconomia (PPBio), coordenado pelo Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam). Com aproximadamente R$ 1 milhão já investidos, o mecanismo garante o fomento para que a biodiversidade se transforme em produtos nas áreas de biotecnologia, tratamento de resíduos, biocosméticos, alimentos, construção civil, entre outros, na perspectiva de uma nova matriz de desenvolvimento econômico.

Agora, diante da demanda por soluções aos desafios gerados pela pandemia de Covid-19, o foco do programa está voltado para o apoio a projetos inovadores específicos no campo da saúde. Para isso, foi criada uma linha especial, o PPBio-Procovid.

“Recebemos propostas de instituições de ciência e tecnologia locais para contribuir com inovação e combate e, com isso, começamos preparar projetos, alinhando o conhecimento do pesquisador com o modelo de apoio que pode ser dado”, explica o coordenador do programa e diretor-técnico do Idesam, Carlos Koury.

O mecanismo teve sete projetos recebidos e cinco aprovados pela Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) para captação de investimento empresarial. As soluções vão de softwares para gestão de leitos de UTI à tecnologia para a esterilização de Equipamentos de Proteção Individual (EPI), de modo a contribuir não somente com a mitigação da pandemia, como reduzir seus impactos sociais e ambientais.

A expectativa, segundo o Koury, é captar um total de R$ 24,7 milhões até o fim do ano para aplicação específica na linha de enfrentamento ao novo coronavírus. “Foi criada uma regulamentação de como o recurso de pesquisa, desenvolvimento e inovação poderia ser aplicado para a Covid-19. Ajudamos os pesquisadores a fazer a adaptação para esse formulário e agora estamos apresentando para as empresas, para buscarem investimento nisso e darem sua contribuição, além do que elas já fizeram neste cenário”, afirma.

O PPBio

A Amazônia representa aproximadamente 60% do território brasileiro e abriga a maior diversidade em floresta tropical no mundo. No entanto, gera menos de 8% do PIB nacional, além de estar sob fortes ameaças: disparada das queimadas, aumento do desmatamento e a pandemia da Covid-19.

O PPBio, vinculado Suframa, coloca em evidência o potencial de manutenção da floresta em pé como fonte sustentável de riquezas. Entre os sete eixos de desenvolvimento de projetos aptos a acessar os investimentos, estão a prospecção de princípios ativos, a bioinformática, o tratamento biológico de resíduos e os negócios de impacto ambiental e social.

“Identificamos iniciativas da bioeconomia que estão aptas a ganhar mercado e que possam receber aporte financeiro para que se convertam em novos negócios”, ressalta Carlos Koury.

Os recursos são oriundos das empresas de desenvolvimento ou produção de bens e serviços de informática e automação, que pela Lei da Informática são obrigadas a investir 5% de seu faturamento bruto em atividades de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D).

Em setembro do ano passado, o Idesam abriu edital para que Institutos de Ciência e Tecnologia (ICTs), startups, incubadoras e empreendedores de impacto positivo ambiental e social compartilhassem suas propostas inovadoras para criação de um Banco de Projetos de Bioeconomia. Ao todo, 63 projetos formam o acervo de ideias e soluções disponíveis para investimento.

“Em março, veio a pandemia e não conseguimos operacionalizar imediatamente os projetos, mas começamos toda uma articulação, tentando manter o ritmo para que os projetos acontecessem e agora eles estão começando a ‘rodar’. Vão começar a funcionar em torno de 10 a 14 projetos que estamos negociando”, afirma Koury. Atualmente, dois projetos estão sendo executados: um de cosmético com base em produtos amazônicos e um drone para combate a incêndios.

Investimento

Para as empresas de informática do PIM, o PPBio é uma alternativa descomplicada de investimento da contrapartida dos incentivos fiscais para o desenvolvimento regional, sem risco de glosa ou multas por aplicação indevida de recursos. O investimento permite à companhia solucionar demandas produtivas próprias, participar dos resultados financeiros de novos negócios, ou ainda, melhorar sua relação socioambiental com a Amazônia.

“É um conjunto de oportunidades, umas com um olhar para o futuro, outras mais imediatas, que a gente pode integrar uma agenda muito positiva relativa à bioeconomia, junto com empresas que aparentemente estariam distantes da floresta, por serem do mundo da informática. Mas há muita conexão e quem fizer primeiro sai liderando”, enfatiza Koury.

O coordenador explica que o programa realiza um trabalho de filtragem, uma espécie de “garimpo” com os pesquisadores e empreendedores locais, apresentando para as empresas as oportunidades que são promissoras para geração de novos negócios. “Isso pode irradiar resultados muito positivos, porque você está conectando iniciativas que são inovadoras, mas num caráter ainda laboratorial, já direto com grandes players internacionais, uma vez que as maiores empresas de informática do mundo estão aqui”, diz.

Koury ainda destaca o papel fundamental do setor empresarial que está optando por investir em bioeconomia para a construção de um futuro sustentável para a região. “Precisamos reconhecer e agradecer esses empresários que têm um olhar diferenciado para Amazônia. Nós temos um papel importante de fazer a sensibilização, colher os bons projetos que existem, mas é necessário destacar que o setor privado reunido da Amazônia está olhando e realizando opções de investimento que promovam a bioeconomia e, consequentemente, a conservação da floresta”, conclui.

Sobre o PPBio

O PPBioeconomia é um dos quatro programas prioritários criados para o aporte de parte dos investimentos em P&D oriundos da Lei de Informática (Lei nº 13.674, de 11 de junho de 2018) na área de atuação da Suframa. Os Programas Prioritários – além de Bioeconomia, existem o de Economia Digital, Formação de Recursos Humanos e Fomento ao Empreendedorismo Inovador – são instituídos pelo Comitê das Atividades de Pesquisa e Desenvolvimento na Amazônia (Capda), que é responsável pela gestão dos recursos oriundos dos investimentos realizados pelas empresas que fizeram jus aos benefícios fiscais previstos na Lei de Informática.

Sobre o Idesam

Desde março de 2019, o Idesam é a instituição habilitada na coordenação do PPBio. O instituto é uma organização não-governamental sem fins lucrativos, com sede em Manaus, que há 14 anos trabalha para promover a redução do desmatamento, a conservação florestal, a erradicação da pobreza e o desenvolvimento sustentável na Amazônia.

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