Manaus, 16/05/2024

Amazonas

PROJETO FORTALECE ATENÇÃO À SAÚDE EM ALDEIAS INDÍGENAS DO BAIXO AMAZONAS

PROJETO FORTALECE ATENÇÃO À SAÚDE EM ALDEIAS INDÍGENAS DO BAIXO AMAZONAS
04/09/2020 16h50

Aldeias indígenas da região do Baixo Amazonas têm sofrido com certa carência no atendimento especializado em saúde, mesmo durante a pandemia do novo coronavírus. Como forma de minimizar a situação de vulnerabilidade social em que se encontram as famílias e fortalecer a capacidade de assistência médica em regiões geograficamente isoladas, a Fundação Amazonas Sustentável (FAS) tem articulado, junto à organização Hivos – Instituto Humanista para Cooperação e Desenvolvimento, estratégias de apoio e atenção à saúde para 402 famílias da Terra Indígena (TI) Andirá-Marau, na aldeia Kuruatuba, localizada no município de Barreirinha (AM).

Para contribuir com o bem-estar dessa população indígena, que tem acesso limitado a serviços de saúde devido ao alto custo de deslocamento, a FAS auxiliará ações existentes no local, fortalecendo os serviços de telessaúde nas aldeias com o uso de novas tecnologias. Realizado no âmbito do programa “Todos os Olhos na Amazônia” e em parceria com o Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI), o projeto “Fortalecimento da capacidade de assistência de saúde em aldeias indígenas na região do Baixo Amazonas” beneficiará 12 aldeias – um total 1646 indígenas pertencentes ao povo Sateré-Mawé.

Com duração de seis meses, a parceria prevê a implementação de uma rede de conexão de internet em um posto de saúde do DSEI, na aldeia indígena Kuruatuba, o que possibilitará o funcionamento de uma plataforma de telessaúde para consultas entre médicos da Universidade Estadual do Amazonas (UEA) e pacientes indígenas. Adicionalmente, o projeto contará com uma profissional especialista em saúde indígena baseada na aldeia, que ficará encarregada de realizar o acompanhamento e capacitação dos demais, bem como apoio durante as consultas médicas na aldeia.

Ao longo da iniciativa, haverá também ações de monitoramento e avaliação sobre o andamento do projeto, além da elaboração de relatórios mensais. Tal articulação poderá servir de parâmetro para uma possível cooperação Sul-Sul entre Brasil e Equador, por meio de um intercâmbio de conhecimentos e boas práticas a serem replicados, tendo em vista que a Hivos está implementando no Equador o “Rota de Saúde Indígena”, iniciativa inovadora para prevenção e cuidados relacionados ao COVID-19.

De acordo com a supervisora da Agenda Indígena da FAS, Rosa dos Anjos, o projeto é uma forma de refletir a importância de serviços de telessaúde voltados especialmente para as terras indígenas. “Esse é o primeiro polo a ser instalado em Andirá-Marau e representa uma oportunidade de contar com um atendimento médico de qualidade a essas pessoas, ainda mais nesse momento de fragilidade por conta da Covid-19, que de forma brusca vem afetando diretamente os povos indígenas”, afirma. Rosa agradece ainda o apoio da Hivos, que, segundo ela, “se sensibilizou com a realidade do povo Sateré”, e reitera a disposição oferecida pelo coordenador do DSEI Parintins, José Augusto.

Sobre o projeto

A parceria faz parte do projeto “Aliança Covid-Amazonas dos povos indígenas e populações tradicionais e organizações parceiras para o enfrentamento do coronavírus”. Coordenada pela FAS com o apoio de 98 parceiros, a Aliança prioriza, durante esse período de pandemia, comunidades ribeirinhas e povos indígenas que vivem em locais distante e em regiões de difícil acesso às principais cidades. O objetivo da articulação é promover maior saúde e bem-estar às populações por meio de doações de alimentos e kits de higiene, além de nortear atividades e outros projetos relacionados ao tema.

Sobre o Todos os Olhos na Amazônia

Todos os Olhos na Amazônia é um programa que apoia os povos indígenas e comunidades locais em sua luta contra o desmatamento e a degradação do ecossistema. A iniciativa combina tecnologia de ponta, como satélites, aplicativos inovadores e drones, para detectar o desmatamento, a degradação ambiental e as violações dos direitos humanos, registrá-los e, eventualmente, impedir a continuação desses eventos. Mais informações: www.todososolhosnaamazonia.org

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