05/09/2020 11h30
Com uma
programação especial para celebrar o Dia da Amazônia, comemorado neste sábado,
dia 5, em todo país, a Fundação Amazonas Sustentável (FAS) realizou nesta
semana o webinar “Saúde na Floresta Amazônica” e o Encontro de Lideranças das
Unidades de Conservação (UCs).
O webinar
debateu, entre outros assuntos, a importância de criar um sistema de
atendimento básico de saúde voltado para os povos indígenas e ribeirinhos da
Amazônia, com base em um projeto que a FAS está defendendo com o apoio de
diversos especialistas no assunto, intitulado “SUS na Floresta”.
O evento
online teve a participação do Coordenador do Programa de Saúde na Floresta da
FAS, Luiz Castro, da analista do projeto Primeira Infância Ribeirinha (PIR),
Franci Lima, do psicólogo voluntário da Fundação Universidade Aberta da
Terceira Idade (FUnATI), Ivo Jung e da representante da UEA, Marianna
Brock.
“É de extrema
importância repensarmos a forma do atendimento de saúde na Amazônia profunda,
que é marcada pelo isolamento, problemas de logística, redução de profissionais
da saúde, entre outros dilemas”, comentou o superintendente geral da FAS,
Virgilio Viana, que fez a mediação do webinar.
Luiz Castro
ressaltou a importância de elaborar políticas públicas para quem cuida e vive
na Amazônia. Segundo ele, a proposta de criação do SUS na Floresta surgiu com
as ações da “Aliança Covid-Amazonas dos povos indígenas e populações
tradicionais e organizações parceiras para o enfrentamento do coronavírus”,
coordenada pela FAS e que desde abril já beneficiou mais de 230 mil pessoas,
atingindo mais de 5 mil comunidades no Amazonas, com o apoio de 100
instituições, prefeituras e empresas.
“Foi dentro
das atividades da Aliança, que surgiu essa necessidade de avaliar e
reestruturar o atendimento básico de saúde para comunidades ribeirinhas e
indígenas do Amazonas. Após sairmos da pandemia (do coronavírus), é necessário
que possamos desenvolver saúde humana e adequada para essas populações. Será um
projeto com envolvimento de médicos, enfermeiros, técnico, universidades e
também dos próprios ribeirinhos e indígenas”, comentou.
Francis Lima
apresentou algumas informações sobre o Projeto Infância Ribeirinha, que tem
gerado inúmeros resultados positivos com a formação de agentes comunitários de
saúde que acompanham o desenvolvimento de crianças, desde a gravidez de suas
mães até os seis anos. A iniciativa é realizada nos municípios de Tefé,
Carauari, Uarini e Eirunepé.
A importância
do atendimento psicológico, através do sistema de telessaúde, executado pela
Aliança Covid-Amazonas com coordenação da FAS, para a população ribeirinha e
indígenas foi enaltecida por Ivo Jung. Para ele, o projeto deveria ser ampliado
para o resto do país, principalmente em virtude da eficiência e por gerar um
grande alcance de pessoas.
Representando
a UEA, Marianna Brock, falou como funciona o sistema de telessaúde da
instituição que, entre outros benefícios, atende distritos indígenas e
presta auxílio aos agentes comunitários de saúde.
De acordo com
ela, além da telemedicina, a UEA também executa os sistemas de tele-consulta e
tele-educação. “No Amazonas temos muitos desafios como a distância, etnias
indígenas de difícil penetração, problemas de conectividade com a internet,
isolamento dos municípios, entre outros. Então, o sistema de telessaúde
está ajudando no atendimento médico para essas populações”, declarou.
Encontro
Entre as
ações realizadas pela FAS para celebrar o Dia da Amazônia, também teve o 26º
Encontro de Lideranças das Unidades de Conservação, com a participação de 40 pessoas.
Alguns dos assuntos de destaque debatidos no evento online foram: Estratégias
de geração de renda nas UCs; Plano de Ação da Política de Comercialização e
Incentivos Governamentais; Empreendorismo pós pandemia; Projeto do Instituto
Amigos da Amazônia (IAMA); entre outros. A atividade foi coordenada pela FAS,
com apoio do Fundo Amazônia, Bradesco e Secretaria de Estado do Meio Ambiente
(Sema) do Amazonas.