Manaus, 16/04/2024

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Rússia eleva tom de ameaça e diz que conflito com o Ocidente é “quase uma guerra real”

Militares ucranianos conduzem tanque na vila de Torske, na Ucrânia (REUTERS/Yevhen Titov)
Militares ucranianos conduzem tanque na vila de Torske, na Ucrânia (REUTERS/Yevhen Titov)
23/01/2023 12h20

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse nesta segunda-feira (23) que o conflito entre Moscou e o Ocidente não pode mais ser definido como uma “guerra híbrida”, mas está mais próximo de uma guerra real, ao criticar o Ocidente por enviar bilhões de dólares em armas a Kiev.

Lavrov também afirmou que a Ucrânia está rejeitando as negociações de paz e quanto mais isso continuar, mais difícil será resolver o conflito.

A Rússia tem dito repetidamente que está aberta a negociações, mas a Ucrânia e os Estados Unidos dizem que não veem nenhum sinal de Moscou de que as declarações sejam sérias e suspeitam que o país esteja tentando ganhar tempo para se reagrupar após uma série de derrotas na guerra.

“Quanto mais eles (os ucranianos) se recusarem, mais difícil será encontrar uma solução”, disse Lavrov em entrevista coletiva durante uma visita à África do Sul.

Também nesta segunda-feira, o Kremlin afirmou que o povo ucraniano sofrerá se o Ocidente enviar tanques para apoiar Kiev, enquanto a questão sobre o eventual envio de tanques Leopard de fabricação alemã para a Ucrânia continua indefinida.

Os Estados Unidos e seus aliados não conseguiram, durante as conversas na Alemanha, na semana passada, convencer Berlim a fornecer seus tanques de batalha Leopard para a Ucrânia, uma exigência-chave de Kiev ao tentar dar um novo impulso em sua luta contra as forças russas.

Berlim disse que, caso se chegasse a um consenso, permitiria aos aliados transferir os Leopards de seus próprios arsenais para a Ucrânia. Mas mesmo essa situação ficou inconclusiva.

Questionado sobre o tema por jornalistas, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que as divisões na Europa sobre o fornecimento de tanques para Kiev mostraram que havia um “nervosismo” crescente dentro da aliança militar ocidental Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

“Mas é claro que todos os países que participam, direta ou indiretamente, do envio de armas à Ucrânia e do aumento de seu nível tecnológico são responsáveis (pela continuação do conflito)”, acrescentou Peskov.

“O principal é que é o povo ucraniano é quem pagará o preço por todo esse pseudo-apoio”, disse ele.

No início da segunda-feira, o primeiro-ministro da Polônia, Mateusz Morawiecki, disse que seu país poderia enviar tanques Leopard para a Ucrânia como parte de uma coalizão de países, mesmo sem a permissão da Alemanha.

A Alemanha não se interporia no caminho se a Polônia enviasse seus tanques Leopard 2, de fabricação alemã, para a Ucrânia, acrescentou a ministra das Relações Exteriores alemã, Annalena Baerbock, no domingo (22), em uma entrevista ao canal de televisão francês LCI.

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