17/02/2023 12h50
Nesta semana, uma mãe orgulhosa, de João Pessoa (Paraíba), viralizou no TikTok ao compartilhar um vídeo sobre a trajetória do próprio filho. Com 970,1 mil curtidas e 32,4 mil comentários, o conteúdo viralizou na rede.
“Sou mãe de filho gay”, começa narrando Iara. “Ainda pequeno, percebi em Gabilo uma doçura e sensibilidade que eu não via em meus sobrinhos do sexo masculino e imaginei: Será que Gabilo é gay?”.
Com fotos da infância e adolescência, a usuária da plataforma conta sobre o processo de descoberta de ambos e como preparou o filho para encarar um mundo cheio de preconceitos. “Quando chegou a adolescência tinha mais amizades com meninas e amava divas pop. Pensei: é gay mesmo!”.
Iara ainda diz que preferiu que as coisas seguissem o caminho natural e que ele contasse quando o filho se sentisse confortável. Foi no ano novo de 2016 que Gabilo revelou à mãe o que ela já imaginava.
Ao contar que estava apaixonado por um menino, ela o abraçou e compartilhou a felicidade. Logo contou para toda a família com o alerta: “A partir de hoje, onde não couber meu filho, não me cabe”.
Nos comentários, um dos usuários revelou que queria ter “a sorte” de uma mãe assim, enquanto outras mães também compartilharam quando seus filhos e filhas assumiram a sexualidade.
Expressão “sair do armário” é problemática?
Da expressão americana “come out of the closet”, o termo para se referir a uma pessoa que se “assumiu” gay veio com uma conotação negativa, como alguém que escondia algo vergonhoso.
O secretário executivo do Fórum das Empresas e Direitos LGBT+, Reinaldo Bugarelli, revelou que “A primeira saída do armário é para você mesmo, a segunda saída é para aquelas pessoas que você acha importante e a terceira saída do armário é quando você torna isso público e com as redes sociais isso fica mais evidente”.
Gabilo “saiu do armário” quando se sentiu seguro, mesmo que a mãe já desconfiasse desde sua infância. Logo depois, o restante da família soube e o acolheu também.
Rafael Câmara, jornalista do CNN No Plural, escreve que nem sempre essa “saída do armário” é algo definitivo. “Sempre vai ter alguém querendo encostar essa porta novamente. Seja em casa, numa roda de amigos e principalmente no trabalho”.
No entanto, Câmara defende que esse processo é particular de cada um. Assim como Gabilo, é preciso se sentir seguro “pois só quem está dentro dele pode saber o exato momento de deixá-lo. O que eu posso dizer, por experiência é que a vida aqui fora é muito mais clara”, finaliza.
