Manaus, 24/04/2024

Brasil

TOQUINHO DIZ QUE “HÁ FALTA DE BRASILEIRISMO” NA NOVA GERAÇÃO DE ARTISTAS

Toquinho Foto:Divulgação
Toquinho Foto:Divulgação
09/11/2018 14h00

Filho da bossa nova e um dos grandes nomes da MPB, Toquinho lamenta a ausência de uma nova geração de artistas, como o foi a sua, um fato que atribui à falta de um “Brasil maravilhoso”.

“Não há falta de talento, há uma falta de brasileirismo. Tem a minha geração, a geração de Tom Jobim e por que não há uma geração (de artistas) agora? Há pessoas talentosas, mas não há uma geração. Não há um Brasil”, disse o artista em entrevista à Agência Efe.

De acordo com Toquinho, a geração de Caetano Veloso, Chico Buarque e Gilberto Gil viveu um Brasil “maravilhoso”: o da fundação de Brasília, do governo de Juscelino Kubitschek e da chegada do Cinema Novo.

“Não foram os nossos talentos que forjaram a minha geração, foi o Brasil. O Brasil não forja nada agora. Talentos existem, mas uma geração unida, não”, ressaltou.

Esses artistas nasceram com “a semente da bossa nova” e encontraram uma ditadura militar no meio do caminho que os obrigou a serem criativos “para dizerem certas coisas que queriam dizer diante de uma censura que era muito rigorosa”.

“A censura forjou a nossa criatividade, mas nenhuma ditadura forja artistas, as ditaduras sempre são muito ruins”, alertou o cocriador de “A Tonga da Mironga do Kabuletê”, uma canção de atrevimento que compôs com Vinicius de Moraes durante a ditadura no Brasil.

Com mais de cinco décadas de carreira, Toquinho disse ter a mesma “sensação do começo”, a de um jovem músico que no início dos anos 70 começou a compor para o mestre Vinicius de Moraes.

 

Por Alba Santandreu/Agência EFE

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