18/02/2022 15h10
Uma das cenas mais aterrorizantes da tragédia em Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, são dois ônibus sendo arrastados para dentro de um rio. As cenas registradas por moradores da região mostram o desespero de passageiros para tentar se salvar. Três dias após o temporal, muitos continuam desaparecidos.
Os coletivos faziam as linhas Independência e Amazonas e ficaram cercados pela água quando atravessavam a Rua Washington Luíz, ao lado do Rio Quitandinha. Os motoristas do ônibus sobreviveram e relataram os momentos de desespero.
Carlos Antônio de Farias, junto com o colega, tentaram salvar os passageiros dos ônibus. Um deles estava cheio de crianças que retornavam para casa depois da escola.
“Lançaram cordas em nossa direção, que foram amarradas nos ônibus e em portões, colunas e poste da via, sendo possível começar a fazer o resgate dos passageiros, com a ajuda das pessoas do condomínio, a quem somos extremamente gratos”, contaram os motoristas.
O motorista Carlos Faria, de 45 anos, se emociona muito ao lembrar de uma das crianças que não conseguiu salvar e que é possível ver sendo arrastada pela correnteza nos vídeos que circularam o mundo.
“Eu não sei quem é o pai daquele menino que eu não consegui pegar, mas ele pode estar certo que a dor que ele tá sentindo eu também to sentindo, eu também tenho filho. Eu só quero que Deus conforte muito, muito ele. Aquela criança era tudo que eu queria ter segurado e eu não consegui.”, relata com lágrimas. “Eu só queria salvar todo mundo. Só isso”, concluiu.
Os profissionais retornaram ao trabalho na 5ªfeira (17.fev). Mesmo abalados, os colaboradores sabem da importância que possuem para a continuidade do funcionamento da cidade. “Muitas pessoas dependem dos ônibus. Vários motoristas não conseguiram voltar ao trabalho. A população depende de nós”.
Veja o momento em que o ônibus foi arrastado;