O deputado estadual Wilker Barreto (Podemos) concordou nesta quinta-feira, 30, com o anúncio do presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), deputado estadual Josué Neto (PRTB), de aceitar o pedido de impeachment contra o governador do Amazonas, Wilson Lima, e do seu vice, Carlos Almeida, protocolado pelo Sindicato dos Médicos do Amazonas (Simeam) na última quarta-feira (22). Em seu discurso na Sessão Ordinária virtual da Casa, o parlamentar apoiou a decisão do presidente do Parlamento e frisou que a abertura do processo é um clamor tanto da sociedade quanto da classe médica que atua na linha de frente contra a pandemia do novo coronavírus (Covid-19) no Estado.

Para Wilker, o aceite do Líder da Assembleia pelo processo de impeachment admite a má gestão do Executivo durante a pandemia da Covid-19 e responsabiliza tanto o governador Wilson Lima quanto o vice Carlos Almeida pelos crimes de responsabilidade e improbidade administrativa, ações descritas na peça enviada pelo Simeam ao Legislativo. O pedido, assinado pelo presidente da entidade, doutor Mário Viana, também pede a perda do mandato público de Wilson Lima e Carlos Almeida, assim como a inabilitação para exercer a função pública pelo prazo de cinco anos.

“Apoio a decisão do presidente Josué Neto de aceitar o pedido de impeachment, porque são denúncias de médicos que estão na linha de frente no enfrentamento da Covid. É uma categoria que está revoltada e indignada com a falta de sensibilidade e desmandos deste governo, que não paga os terceirizados da saúde, não resolve o problema da falta de EPIs (Equipamento de Proteção Individual) e aplica os recursos públicos de forma errada. Isso está custando as vidas do povo amazonense”, explicou Barreto, relembrando que o deputado já ingressou com um processo de impeachment contra a atual gestão, em dezembro do ano passado, mas que foi arquivado pela Casa.

“Quero reavivar que eu e o deputado Dermilson ingressamos no final do ano passado com um pedido de impeachment pela mesma omissão e negligência deste governo com a saúde pública, mas infelizmente derrubaram sob o argumento de que faltaram razões técnicas. O povo pediu a cabeça do governador e do vice, mas a Assembleia não atendeu a sociedade”, finalizou Wilker.

Rito

Com a admissão, o documento será analisado por uma comissão especial formada pela Assembleia para avaliar a denúncia e elaborar um relatório sobre a admissibilidade ou não do processo. Após essa fase, caso o processo de impeachment seja aceito, a peça seguirá para votação no Plenário da Casa, onde será preciso o voto de 16 deputados estaduais para afastar o governador Wilson Lima e o vice Carlos Almeida.

Com informações da assessoria.