Manaus, 27/04/2024

Política

Angelus Figueira indicará ao Governo do Amazonas criação do Instituto de Gestão dos Recursos Hídricos

Angelus Figueira indicará ao Governo do Amazonas criação do Instituto de Gestão dos Recursos Hídricos
07/08/2021 13h00

Um dos encaminhamentos definidos na audiência pública “Projetos Estratégicos para Prevenção e Zelo com os Recursos Hídricos do Amazonas”, realizada na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) nesta quinta-feira (5), foi a criação do Instituto de Gestão dos Recursos Hídricos, que será indicada pelo deputado estadual Angelus Figueira (DC) ao governo do Amazonas.

“A audiência pública se propõe a encaminhar o indicativo ao governo para que, de pronto, nós possamos criar um instituto de gestão dos recursos hídricos do Estado, com o princípio de formular e apoiar o Amazonas na execução da política estadual de recursos hídricos e saneamento básico”, informou o deputado.

O evento, que ocorreu de forma híbrida, contou com a participação de membros da sociedade civil organizada e entes do poder público. Além do parlamentar, compuseram a mesa a diretora de operações da COSAMA, Rosa Maria Hozannah; o professor doutor da Universidade Estadual do Amazonas (UEA) Sergio Duvoisin Júnior; o diretor administrativo do IPAAM, Antonio Luiz Andrade; e o secretário municipal de Meio Ambiente (Semmas), Antonio Stroski.

Visando a uma forma propositiva que debatesse os mais variados tipos de problemas e crimes relacionados aos recursos hídricos, mas que sugerisse soluções a médio e longo prazo, a audiência pública levantou questões que devem ser enfrentadas, urgentemente, tanto pela sociedade, quanto pelos poderes públicos.

“Estamos diagnosticando inúmeros problemas. Infelizmente a agressão aos recursos hídricos é constante, quer seja a partir das grandes cidades do Amazonas, passando pela questão mineral, quer seja em virtude dos lixões. São inúmeros os problemas, mas nós estamos identificando e propondo, a partir de agora, para que o governo possa fazer o enfrentamento. É inaceitável a permanência dessa situação. Nós estamos agredindo o que é nosso bem maior, do ponto de vista estratégico, que é o mineral água. Por aqui passa um terço da água do planeta. Muitos países estão vivendo o caos por falta de água. E nós estamos agredindo e poluindo. Precisamos mudar esse quadro. É preciso que toda a sociedade participe do movimento que estamos propondo, não só ao governo, mas para prefeitura, Executivo e toda a sociedade. As futuras gerações não podem pagar essa conta”, argumentou Angelus Figueira.

Os temas relacionados à prevenção e zelo com os recursos hídricos foram amplamente ilustrados e debatidos pelos participantes, como o lixo jogado nas ruas que vai parar nos igarapés e rios, entope bueiros, contamina peixes e, consequentemente, a população; a necessidade de campanhas eficazes que promovam a reutilização correta dos recipientes como forma de reduzir o impacto ambiental; além da valorização dos agentes de fiscalização e reestruturação do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam); os projetos de pesquisa e extensão desenvolvidos pelas universidades do Estado com foco na despoluição dos rios; entre outros.

*Interdisciplinaridade*
A professora mestre em Sociedade e Cultura da Amazônia e jornalista Natália Freire levantou a necessidade de as escolas públicas trabalharem a interdisciplinaridade do tema, como forma de conscientizar e promover hábitos de preservação ambiental.

“A escola pública não pode mais virar as costas para a educação ambiental. Precisamos de leis que amparem isso. Hoje a questão ambiental é tratada nas escolas de forma transversal. Necessitamos ter a disciplina educação ambiental de forma sistemática e que haja qualificação dos profissionais. Nós não podemos deixar para as outras gerações um planeta pior do que como nós o encontramos”, justificou.

*Governança*
O professor doutor Daniel Nava levou para o debate o tema “Governança dos Recursos Hídricos e Mineração no Amazonas”, o que infelizmente foi perdido com a reforma administrativa de 2015 e precisa ser revisto, segundo ele.

“Nós entendemos que o senhor, deputado Angelus, é uma liderança que possa nos conduzir a reocupar o espaço administrativo que o Estado perdeu. A questão da mineração, dentro do licenciamento ambiental é caracterizada como um potencial degradador/poluidor grande, como qualquer uma das atividades em que o homem atua, existe um impacto que pode ser pequeno, médio ou grande. E na mineração é grande, por isso o cuidado com essa atividade tem que ser maior. Não importa se o minerador é grande ou pequeno, o estrago é o mesmo. Os municípios do Estado que possuem mineração têm ali um dilema que pode ser uma maldição ou uma dádiva, como explica a professora do Pará Maria Amélia Enriquez. Pode ser uma dádiva do ponto de vista econômico ou o contrário, quando não existe uma governança sobre a atividade. Eu defendo o uso sustentável dos recursos da mineração promovendo a conservação da vida e dos recursos hídricos na Amazônia”, esclareceu.

*Monitoramento da qualidade da água*

O professor doutor de físico-química Sergio Duvoisin Junior apresentou o trabalho de pesquisa de monitoramento de qualidade de água das duas principais bacias que banham a cidade de Manaus: Educandos e São Raimundo, na Zona Sul.

Segundo Duvoisin, esse tipo de análise nunca havia sido feito de forma sistemática, pois, apesar de já existirem estudos sobre a qualidade das águas dos rios na região, todos eram realizados de forma pulverizadas no Estado.

O trabalho vai possibilitar o monitoramento da qualidade da água e a criação do Índice de Qualidade da Água (IQA) e é fruto de uma parceria entre a Unidade Gestora de Projetos Especiais (UGPE), órgão que executa e fiscaliza as obras do Prosamim, e a Universidade Estadual do Amazonas (UEA).

Na ocasião, o professor entregou aos deputados Angelus Figueira e Wilker Barreto (PHS) uma proposta para subsidiar os trabalhos em defesa dos recursos hídricos encaminhados pela Aleam.

*Participação*

Também participaram da audiência pública o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Amazonas (FAEA), Muni Lourenço Junior; o coordenador de eventos críticos da Agência Nacional de Águas (ANA), Vinícius Roman Gonzalo; o especialista em geoprocessamento da ANA, Álvaro Vasquez Fernandes; a engenheira florestal Iara Andrade , representando o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Amazonas (CREA/AM); o gerente de responsabilidade social da Águas de Manaus, Semy Ferraz; o chefe de departamento de Segurança do Tráfego Aquaviário da Capitania Fluvial da Amazônia Ocidental, capitão tenente,Fábio Cavalcanti da Silva; a diretora de relações institucionais da Fundação Rede Amazônica, Mariane Cavalcante.

Fotos: Jimmy Cristian

Texto: Assessoria de Comunicação

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